468x60

Palavras

segunda-feira, novembro 26, 2012

Eu levei um tempo para entender a complexidade do mundo em que estou inserida. Há muitos mais olhos tristes do que felizes, mas não por que a tristeza esteja tomando conta do mundo. A tristeza agrada aos olhos alheios. Vivemos em um mundo onde o maior ideal é conseguir aceitação. Então choramos lágrimas que não são nossas, dizemos palavras que não saem de nossas mentes, repetimos os mesmos textos clichês. O que você está lendo não passa de uma releitura mal feita de nomes consagrados. Não que eu queira ser a Clarice Lispector do futuro. Falta-me classe, jeito e gesto para isso. Falta-me criatividade e, assim para o resto do mundo, falta originalidade. Tudo que vê-se pelos cantos são releituras mal feitas, textos iguais com palavras diferentes. As pessoas trocam algumas virgulas, falam com outra intonação e acabam se apegando as palavras como se pudessem roubar todo o dicionário para si. Com o tempo eu fui percebendo que não há mais sentimentos espontâneos… Todos os nossos sorrisos são ensaiados milhares de vezes em frente ao espelho do banheiro. Tudo vai se perdendo pelos cantos, restando alguns poucos resquícios de algo novo. E, quando finalmente o novo chega, há aquelas velhas pessoas - velhas na consciência, não na idade - que fazem questão de afirmar que aquilo em questão não é novo, mas velho e perdido e esquecido e reencontrado. Vivemos em um mundo de aparências e isso não é novidade. Só que às vezes nos iludimos… Chegamos a pensar que palavras podem salvar os outros ou a nós mesmos. Pensamos que palavras ajudam. No final, palavras só atrapalham. 

Oi faculdade!

domingo, novembro 25, 2012

É estranho imaginar que estou na faculdade. É estranho imaginar que eu passei para uma universidade federal. É estranho imaginar que o vestibular acabou. É tão legal saber que nada disso é minha imaginação. Já realizou um sonho? Então, se sim, sabe qual é a minha emoção. Adeus matemática, física, química e biologia, eu não vou sentir saudades de vocês (ok, talvez um pouco da matemática!).

2011 foi o ano se escolher o futuro. E de estudar. Estava na hora de enfiar a cara nos livros e não se preocupar somente com a nota no boletim, mas com o destino que você seguiria depois que o terceiro ano terminasse. Encarar o tão falado vestibular foi complicado, cansativo e deu medo. Medo de não conseguir, de não saber para onde ir, de não ter o que fazer no ano seguinte. E se eu não passasse? Ficaria numa faculdade particular ou gastaria mais um ano em um cursinho pré vestibular? Só que então, em Janeiro de 2012, saiu o resultado do ENEM e da UFF.

Primeiro ENEM. Lá estava eu, aprovada para Museologia na UNIRIO e para Literatura na UFRJ. É claro que eu estava feliz, eu havia passado para duas faculdade públicas, mas aquele não era o meu sonho, não era o que eu almejava. Meu sonho era cursar História na UFF! Chegou o dia e, quando vi que havia passado para o segundo semestre, fiquei mais de dez minutos olhando aquela página e procurando o erro. Era tão estranho ver que eu havia passado para a Federal Fluminense...

Era para ser 6 meses em casa que se transformaram em 11. A greve atrasou um pouco o calendário e só essa semana, mais exatamente na segunda, dia 19/11/2012, eu tive minha primeira aula. A aula em questão foi o nosso trote, super calmo, tranquilo, engraçado. Nada de ficar queimando no sol de Niterói para recolher dinheiro, nada de fazer coisas vergonhosas ou humilhantes. Meus veteranos mostraram ser os meus lindos do mundo!

Amanhã começa realmente a batalha, o início da faculdade, fora da semana de trote, já com alguns textos para ler. Eu sei que tudo vai valer a pena. Eu sei que tem muita coisa para acontecer nesses quatro anos e meio que estão por vir dentro da UFF. E que venham os aprendizados, as amizades, os amores, os desamores, as festas, as bebidas, as alegrias e até as tristezas. Que venha a faculdade!!




E o caos começa aqui.
História UFF 2012.2 (manhã)

(Dedico a todos os meus lindos que são da minha sala - Ia citar o nome de todos, mas nem todo mundo tá no nosso grupo do facebook, eu não sei o nome de todo mundo ainda e tem gente no grupo que não é da nossa sala. Bem, para evitar gafes, sintam-se todos beijados, abraçados e amados!) 

Prazer, vadia!

domingo, novembro 18, 2012
Sociedade machista. Cultura do estupro.

Há quem diga que isso não existe. E você? O que acha?

Se você é mulher, responda uma pergunta: Consegue andar na rua despreocupada? Suponhamos que não haja assaltantes nas ruas, todos foram presos, todos estão longe, nenhum vai te roubar. Você andaria despreocupada na rua? Se a sua resposta foi "sim", vamos repensar? Você está indo para uma festa, são oito da noite, a rua está deserta e o ponto de ônibus um pouco longe, sua maquiagem é preta, seu batom vermelho e seu vestido do tamanho que você gosta, com as pernas de fora. Você se sente segura? Outro lugar então. Você está indo trabalhar, são sete da manhã, o ponto de ônibus cheio, seu cabelo perfeitamente arrumado, a maquiagem básica, os olhos marcados por sombras em tons pastéis, o corpo elegante graças ao salto alto obrigatório, o seu perfume contagia o lugar. Você se sente segura? Sem ladrões, você poderia andar com o seu celular na mão, poderia tirar fotos sem se preocupar, mas isso te daria segurança?

A segurança não está em ter a certeza de que seus bens materiais estão a salvo. A questão é que mulher nenhuma anda pela rua sem olhar para os dois lados, mesmo que seja mão única, mesmo que seja uma rua sem saída e o muro esteja a poucos centímetros dela. Mulher anda segurando a bolsa que está apoiada no ombro e, no fundo, não é para evitar que ela caia no chão. Mulher passa horas experimentando roupas. Primeiro, veste as que não quer de jeito nenhum, só para ter certeza de que não quer. Lá para terceira mudança, ela coloca aquela roupa que a deixa maravilhosa, que a faz olhar no espelho e se reconhecer de primeira. Então sua expressão muda e ela troca de roupa rapidamente, não pode passar muito tempo sendo ela mesma, o mundo não aceitaria. Por fim, ela coloca aquela roupa que o marido, namorado, ficante, pai irão gostar. Elegante, mas não metida. Sexy, mas nunca vulgar. Afinal, qual o problema de ser vulgar em algumas partes do dia?

Aquela roupa que você jogou com raiva em cima da cama, pois não podia usar, embora quisesse mais do que tudo, é o que você é. O problema é que ensinaram para nós, mulheres, que devemos "nos dar ao respeito". Eu não me dou ao respeito. Está na hora de mudarmos esse pensamento de que a mulher tem que fazer o homem a respeitar. Homem tem que respeitar e ponto. Mulher tem que respeitar e ponto. Não é o tamanho do meu vestido que vai dar o direito de outra pessoa invadir o meu espaço, me dar uma cantada, falar alguma coisa que me agrida. A minha perna de fora não deve ser vista como um convite para sua mão passear por ela. Se eu nunca passei a mão em um homem sem camisa na rua, por que deveria me dar ao respeito? O respeito é que tem que ser dado para mim.

Quer saber? Eu também morro de calor nesse sol infernal do Rio de Janeiro. Não é justo que eu não possa sair com um short curto, uma blusa que deixe a barriga de fora. E menos justo ainda é que eu tenha que olhar para os dois lados numa rua de mão única só por que andar com o que eu gosto é pedir para ser assediada. É por isso que mulher não se sentiria segura em um mundo sem ladrões. A proteção dos bens materiais é uma mera desculpa para o medo que temos, todos os dias, de andar pelas ruas da nossa própria cidade. Será, afinal, que a rua é mais dos homens do que das mulheres? Você se sentiria ofendida se eu afirmasse que é mais dos homens do que das mulheres, certo? Só que não se sente ofendida quando falo que, se cantaram você na rua, foi por que a sua roupa estava dizendo que aquilo era permitido.

A rua é minha, sua, dele. A rua é o meio comum. Não é de ninguém, é de todos. Então, se eu saio na rua, eu estou na minha rua, eu posso deixar pele de fora. Posso mostrar, não posso? Então, há a cultura do estupro. Já chega de tentar culpar a vítima. Toda mulher já foi estuprada mentalmente graças a uma cultura que diz que sexo só tem que ser bom para o homem, que a mulher tem que ser submissa, maltratada, menosprezada.

A questão é que essa visão errada de "se dar ao respeito" é, muitas vezes, enfatizada pelas próprias mulheres. As mulheres são as primeiras a dizer, em alto e bom som, que vadia não é mulher de verdade. Vadia é aquela mulher que usa roupa curta, dança até o chão na noite, sabe o que quer e vai atrás daquilo. Vadia é aquela garota que deu em cima do seu namorado e você, toda ofendida, coloca a culpa nela, não nele. Vale lembrar que quem tem um compromisso com você é o seu namorado, não a vadia. E você xinga uma mulher de roupas curtas, que dança funk, que tem desejo, que é livre com sua vagina. Você a menospreza, a julga, a condena. Mulher-vadia, aquela que é criticada no facebook, aquela que não tem vergonha em dizer que gosta de sexo, aquela que se veste da forma que bem quer (lembra da roupa jogada com força na cama? Então, ela usa aquela roupa), aquela que é ela, não outra. Por que toda vez que você troca de roupa para agradar aos outros, ou evitar ser estuprada, você está abrindo mão do que você é para ser outra pessoa.

E, se ser vadia é ser livre, tenho orgulho de dizer que sou vadia!

Qual a sua vogal?

sábado, novembro 17, 2012
Hoje eu me apaixonei. Não foi a primeira vista, demorou muito tempo para acontecer. Talvez, quem sabe, tenha acontecido até rápido demais, eu é que não quis, de forma alguma, aceitar. Hoje eu aceitei. Ele é gentil, gosta de me fazer sorrir mesmo quando todo o resto do mundo parece gostar de armar um circo para me fazer chorar. Ele é carismático, precisa ver o quão apaixonante é aquele sorriso dele. Ele é romântico, esses dias ele me mandou uma rosa, me deu escondido, ficou com medo da minha reação. Eu o assustei com o meu jeitão de ser, não o culpo, assusto até a mim mesma às vezes.
Esse cara surgiu na minha vida como um amigo, eu juro que nunca o imaginei como algo a mais. Acho que ele também não imaginava que fossemos ter algo a mais. Primeiro ele ganhou minha confiança, minha amizade, depois meu coração. Tem coisa melhor do que se apaixonar por uma das pessoas que te conhecem melhor? É como se você não precisasse esconder seus defeitos; ele sabe todos os meus e mesmo assim me ama. 
Esse cara faz minha vida um clichê de filme/livro água com açúcar. No fundo, todos gostamos da parte em que somos felizes para sempre. Não sei se será para sempre, mas a parte do "felizes" está perfeitamente adequada. Ele sorri pra mim e parece que todo o resto do mundo diminui. De repente, somos só nós dois, sentados na grama, olhando nos olhos do outro e, sem precisar falar uma única palavra, nos entendemos. 
Esse cara fez com que eu revisse todos os meus preconceitos. Algumas coisas nele, eu jurei nunca aceitar, nunca gostar. Só que... até que aquelas músicas que eu odiava não são tão ruins assim. Ele me fez gostar. Até que aquele cabelo que, antes, era tosco não me parece tão abominável mais. Até aquele chiclete de canela, horrível, intragável, fica com gosto de morango quando é misturado ao beijo dele.
Esse cara, meu, esse cara é perfeito. É perfeito e cheio de defeitos, mas eu consigo amar cada pequeno erro dele. Adoro como nos completamos, como corrigimos um ao outro sem parecer que estamos cobrando perfeição. A nossa perfeição é completamente diferente do que nos foi ensinado. Eu não sou linda, ele não é forte, mas algo dentro de nós parece acender toda vez que trocamos olhares.
Esse cara me faz bem, como nenhum outro conseguiu fazer. Ele é delicado, mas sabe me pegar pela cintura quando tem que fazer. Ele é amoroso, mas sabe dizer que estou errada, sabe me fazer ver que nem todas as minhas escolhas são as corretas, as melhores. Ele aceita quando piso no caminho errado e dou alguns passos. Ele me chama para voltar e mudar de caminho. Ele não me julga se eu aceitar que errei. Nem eu o julgo. 
Esse cara sorri pra mim e diz "querida, o mundo tá uma merda, mas uma hora melhora". Ele me abraça quando me olham estranho na rua por alguma roupa, alguma cor de cabelo, algo que não agrada a todos. E o abraço dele? É o melhor do mundo. 
Hoje eu acordei e não sabia o que fazer com tudo o que eu sentia. Parecia estranho amá-lo. Parecia errado. Só que estar sem ele também não parecia certo. É certo? É certo abrir mão de alguém assim? Alguém que te faz feliz da hora que você acorda até a hora que você vai dormir? Ele passa as mãos pelo meu cabelo e eu, que sempre odiei cafuné, chego a dormir. Hoje, quando eu acordei, queria tomar café forte, embora odiasse café. Queria despertar. 
Despertei. 
Larguei de lado todos os contos de fadas e encontrei com ele. 
Ele não é um conto de fadas, não é um príncipe encantando, nem eu sou princesa. Só que, em alguma parte do meu dia cheio de tarefas chatas, ele me completa. Esse amor não é paixão e eu agradeço por isso. A paixão eu deixei pra trás naquele copo de café forte que ainda está amargo na minha garganta. O amor ficou e eu pude comprovar que ele realmente é amor. Não farsa, imaginação, ilusão. É amor, na forma mais pura. Não é aquele amor de declarar com mil versos de músicas, mil textos, um flash mob no meio do shopping e um pedido de casamento no programa da Fátima Bernardes. É um amor simples, de morar junto e ser junto, mesmo quando estamos separados. 
Falei para ele que estava feliz. Ele sorriu. 
Falei para ele que não queria mudar nada.
Ele falou que queria mudar meu sobrenome. 
Brinquei de como aquilo era clichê, romântico, mas bobo, idiota até. 
"Minha idade mental é um pouco maior do que 14 anos, bebê, eu não acredito em diálogos perfeitinhos de tumblr.", eu disse. Ele revirou os olhos. 
Só que no fundo, eu queria mudar meu sobrenome. Na verdade, eu queria que a grama em que adorávamos ficar conversando fosse fora do nosso quintal. Eu queria que nossos dedos entrelaçados continuassem entrelaçados fora dos nossos muros. 
Juramos largar nossos próprios preconceitos. 
Saímos dos nossos muros, das nossas muralhas. 
Alvejaram-nos de olhares, algumas palavras afiadas, algumas acusações. 
Ele ainda queria que eu mudasse meu sobrenome, mas... Eu podia? 
Tentamos. 
Tentamos de novo. 
E vamos morrer tentando. 
Uma vogal nunca fez tanta diferença. 
"Vocês não podem casar". 
Mas eu poderia. 
Se o meu "ele" não fosse "ela". 


Esse texto é fictício. Eu não me apaixonei por uma mulher hoje. Mas com certeza outras mulheres se apaixonaram. E outros homens também. 

Oi nostalgia, eu não irei implorar distância de você.

quinta-feira, novembro 15, 2012
Retirei a nostalgia da gaveta. Estou morrendo de medo de ela dominar o meu ser, mas sinto que é preciso. Deixei-a trancafiada na velha gaveta dos meus sentimentos esquecidos, torcendo para que ela me abandonasse. Foi em vão. Lá está ela, tão vívida e atual como no dia em que a trancafiei. É uma velha companheira que tentei abandonar em algumas viagens e em alguns romances. Preferi, desta vez, não esperar que ela tivesse forças para se soltar sozinha. Se ela quer tanto a sua dose de exibicionismo, eu não irei impedir. Então, que o circo seja armado que a trapezista está chegando! Oi nostalgia, eu não irei implorar distância de você. Não hoje. Eu quero transcrevê-la, eu anseio em entendê-la. Será que é mesmo tão complicado quanto dizem? Você é naturalmente torturante, porém é livre de culpa. A nostalgia é a prova de que estamos incompletos. Até quando eu serei incompleta, Nosta? Resolvi que não a tratarei mais como uma inimiga. Não mais! Eu te quero perto de mim, guiando-me até eu deixar de ser somente parte de um ser absorto em memória dos sorrisos que, hoje, dão lugar ao vazio. Nem as lágrimas andam querendo frequentar-me. Que valor terá a vida para mim, quando não se há nada para valorizar? Eu deveria ter guardado o amor ao invés da nostalgia. Deveria tê-lo guardado por trás de um vidro com aqueles dizeres de "quebre em caso de emergência". Acho que este é um verdadeiro caso de emergência. Antes eu era ingênua ao ponto de pensar que somente a felicidade me era favorável. Que tola fui! Uma vida sem lágrimas é tão despresível quanto uma vida sem sorrisos. Comecei com medo de ser dominada pela nostalgia, sem saber que ela já estava tatuada em minha alma. O passado nos deixa as memórias de que dores passarão e cartas longas de amor voltarão a serem escritas. Só que o fato atual é inédito. Não amo e não odeio. Não vivo, nem morro. Se isto é a tal da "sobrevivência", ela não é tão agradável quanto na teoria. Nunca pensei que fosse, um dia, me agradar com a nostalgia. Ela é a única prova de que existem tempos melhores.

Eu li: "Um caso de verão", Elin Hilderbrand

sábado, novembro 10, 2012
Eis o primeiro livro que irei falar! Eu o li em janeiro, em cabo frio, nos dias que eu não conseguia dormir por causa de coisas que acontecerem e me tiraram o sono. Bem, o livro tem a leitura boa, fácil, flui bem. Só que tenho que confessar: Está bem longe de ser o meu livro favorito.
O livro conta a história de Claire Danner, uma mulher que tem a suposta vida perfeita: Uma boa casa, um bom marido e um bom filho (embora haja a duvida se ele tem algum problema, pois se desenvolve tardiamente). Só que Claire, antes de ser mãe, antes de ser esposa, é artista. Ela fazia grandes esculturas de vidro, mas parou de trabalhar quando passou mal enquanto estava grávida de seu filho e passava horas no calor da estufa.
Bem, a história é basicamente sobre uma paixão doentia e louca (eu considero doentia) por Lock, um homem de meia idade, casado e da alta sociedade, que a convida para organizar um grande leilão, e fazer a peça para ser leiloada. Na minha opinião, é uma história fraca. Não que seja completamente ruim, mas o questionamento de Claire se está ou não fazendo o que é certo, chega a ser irritante. Não há nada certo na traição, não há nada certo no que ela está fazendo, mas, se está fazendo, que se entregue de corpo e alma, não só corpo.
Não é o pior livro, nem o mais detestável, é um livro comum, meio água com açúcar, bom pra ter na prateleira para aqueles dias em que qualquer coisa é mais interessante que a realidade. E como quase divido nome com a protagonista, eis a minha parte favorita do livro:

"Bateu timidamente, sentindo-se a Chapeuzinho Vermelho com sua cestinha; depois, castigou-se. Estava sendo ridícula! Siobhan gostava de frisar o quanto era irônico o fato de Claire se chamar Claire, ou seja, "clara" - por que Claire era confusa. Sem limites!, gritava Siobhan. Durante toda a sua vida, Claire tivera problemas em entender onde terminavam as outras pessoas e onde ela começava. Sempre assumira como suas as dores do mundo. De alguma maneira, achava-se responsável. Mas por quê?"