468x60

Eu não sou terráquea.

sábado, abril 21, 2012
Vamos, me deixe sonhar! Se eu pular bem alto, não puxe-me pelos calcanhares para eu voltar ao chão. Eu quero asas, meu bem. Eu quero asas ou barbatanas. Não tente podar os meus sonhos só por que você desistiu de sonhar. Não tente me fazer abandonar meus encantos  só por que você é cheio de desencantos. Não me diga que eu não posso voar só por que sou uma simples humana. Aprendi que nunca vou ser simplesmente simples. A culpa não é minha se você aprendeu a se contentar com misérias. Cadê a criança que tomava partido até para defender que o certo é "biscoito" e não "bolacha"? Ah... está escondida atrás dos classificados de prostitutas do jornal. Não prenda meus pés em uma estaca no chão, eu quero as nuvens. Eu nasci pra ser estrela. Estrela no céu ou estrela do mar. Eu não nasci para permanecer na terra. Então não me acorde de meus sonhos só por que você sofre de insônia. Eu nunca vou me contentar com a migalha, eu quero o pão inteiro. E também não sou do tipo de dar migalhas, prefiro oferecer farinha e uma mão disponível para amassar a massa. Eu não quero tudo entregue de bandeja, eu não quero encurtar o caminho, pegar um atalho, um avião, uma bifurcação. Eu vou seguindo a vida a pé enquanto você está de jatinho. Eu vou seguir enquanto você vai se estagnar na mesma vidinha medíocre. Por que você foi adestrado para gostar sempre do morno, do mediano, da meia-vida, de estar em cima do muro. Eu não! Eu não, querido. Eu quero congelar no polo norte ou ter insolação em uma praia do Caribe. Eu quero ser tudo ou não ser nada, embora saiba plenamente que até o meu nada é mais do que tudo o que você vai ter. Eu quero uma vida inteira, sem gelo. Eu quebro o muro no soco. Não tente me amedrontar só por que você é cheio de medo da vida.

Repetições

Vi uma menina repetindo incansavelmente algumas curtas frases. "Ele me ama" "Ele é meu" "Eu vou ser feliz" "Merecemos ficar juntos". Sentei-me ao lado dela e, embora eu saiba que ela percebeu minha presença, ela permaneceu de olhos fechados, apertando-os mais ainda, como se quisesse acordar de um pesadelo. Sem nem me olhar ou esperar uma pergunta minha, ela disse numa voz mansa "Quem sabe repetindo até decorar, essas mentiras se tornem verdade". Peguei em sua mão e pude ver seu ser transbordar. Respirei fundo e comecei a repetir algumas verdade. Preferia que tudo não passasse de uma mentira.

Clichê de besterol americano.

quarta-feira, abril 18, 2012
De todos os amores que pudessem surgir dentro de mim era daquele que eu mais tinha medo. Era um clichê doce nas comédias românticas e devastador na vida real. Lá estava eu, olhando-o como sempre fizera, querendo-o como nunca havia tentado antes. Se é verdade que toda nossa vida é feita de clichês, eu poderia viver de todos, menos desse. A questão é que, se pensarmos bem, não há mais ninguém por quem se deve apaixonar se não aquele que melhor te conhece, melhor te gosta, melhor te ama. Milhares podem gostar de mim, mas nenhum terá tanto carinho quanto aquele que é meu melhor amigo. Mas não BFF, não best friend, não melhor! Aquele que é quase um irmão e damos graças todos os dias por, no final, na ponta do lápis, não ser. Cada um vive dizendo que essa "melhor amizade" existe em vários amigos. Só que no fundo eu sei que, no meu caso, só ele realmente era digno de tal nomeação. Não importava o quanto eu quisesse correr dele. Eu corria, tentava enganar a mim mesma dizendo que aquele amor era só uma invenção. Eu mentia para mim mesma tentando me convencer de que a mentira era o amor. Só que era verdade. Fui me apaixonar pela única pessoa que não poderia. Não por ele não gostar de mim, exatamente pelo contrário: Ele gosta! Mas eu amo. E talvez ele me ame também, mas em outro nível, outra repartição, outro sentido. E só há uma coisa pior do que viver sem o amor dele: Viver sem a sua amizade. De todos os clichês de "besterol americano", eu fui interpretar na vida real justamente o mais perigoso deles. Fazer o quê? Clichês existem por uma simples razão: Eles funcionam.

Calcinhas.

Quer saber? Eu não entendo homem que tem nojo de calcinha pendurada na torneira do chuveiro. Desde que eles aprendem que o que está por debaixo da calcinha é diferente do que está por debaixo da cueca, eles querem arrancar a calcinha fora. Primeiro eles aprendem que dá pra colocar o dedo, vão lá e colocam. Depois é a vez da boca e da língua e eles colocam também. Oh... como colocam! Então resolvem misturar a calcinha com a cueca e fica naquele entra e sai que conhecemos tão bem. Homem cresce querendo entrar nas calcinhas alheias, aceita o casamento para poder ter isso todos os dias e, de noite, resolve reclamar por que tem uma peça íntima pendurada na torneira do banheiro. E aquela história de que calcinha não é a melhor coisa do mundo, mas está bem próxima? Por favor, homens, parem de reclamar das calcinhas e comecem a agradecer por vocês terem quem as deixe lá.

Homem é noventa por cento sexo.

Para de se iludir, menina! Homem é noventa por cento sexo. Enquanto nós fomos criadas para nunca falar sobre sexo, eles quase que já nascem sabendo da onde os bebês surgem. Somos criadas como princesas e eles como os nossos vagabundos. É uma questão social imposta todos os dias de que os homens pensam em sexo muito mais do que as mulheres. O garoto que se masturba é crescido, a garota que se toca é uma aberração. A maioria dos filmes pornôs são voltados para o gosto masculino, até em suas fantasias sexuais as mulheres são obrigadas a se adaptar. Eles comem a gente, embora se formos pensar direito e analisar a anatomia, quem tem uma "boca" somos nós. Não estou reclamando desse machismo sexual, estou falando para você parar de se iludir com seus sonhos de príncipe encantado. Deixa eu te contar uma coisa? Aquele garoto que você tanto admira, por que ele não é descarado igual aos demais, se masturba perdidamente de noite. Homem cresce com o conceito de que sexo é um prazer extremamente masculino. Mulher cresce sem nem ao menos saber o que é sexo. Mesmo que, com o tempo, esses tabus tenham diminuído, eles ainda existem. Dentro da sua cabeça mesmo, pequena. Você acha que para um garoto prestar ele não pode ser safado. Você acha que uma garota que fala abertamente sobre sexo não pode ser alguém que preste. São conceitos estranhos que criamos no dia a dia e você se ilude cada vez mais com a ideia de que o príncipe dos seus sonhos virá perder a virgindade com você. Sabe de uma coisa? Homem é noventa por cento sexo com todas as mulheres. Não por maldade ou safadeza, mas por que é dele ser assim. Não que ele vá sair transando com todas as que derem confiança, isso varia de homem pra homem, mas ele pensa em sexo. Pensa muito, se você quer saber. Só que quem você está querendo enganar, menina? Você também pensa, só não assume. Você tá fazendo errado ao se apegar a essa maior parte dele. Ele não é só isso. Conquiste os outros dez por cento, são eles que fazem a diferença. 

Eu te amo, meu.

segunda-feira, abril 16, 2012
Eu estava mergulhada em sonhos calmos e cinzentos. Embora estivesse dormindo, podia ouvir no fundo dos sonhos a água batendo na janela. Era para ser uma daquelas noites que todos adoram dormir: sonhos neutros, chuva, frio gostoso. Só que você invadiu meus sonhos novamente, com aquele sorriso que eu conheço tão bem, colorindo tudo o que eu só queria que continuasse parecendo com fumaça. Deveria haver uma lei sobre isso, algo mais ou menos assim: "Uma vez que alguém resolveu ir embora de sua vida, fica terminantemente proibida a volta da mesma em forma de sonhos e/ou pensamentos." O mundo seria tão mais fácil de se levar se eu não tivesse que me aturar nos dias em que sonho com você. Desde que você se foi eu tenho criado maneiras de não imaginar como seria a nossa vida perfeita, como seria nosso casamento, nossa casa, nossos filhos. Quer saber? Não é fácil, mas eu tenho conseguido passar os dias sem pensar em você a cada segundo. Só que então, em uma noite calma e perfeita, você resolve que eu já estou há muito tempo sem pensar e chorar por você... Está na hora de invadir-me os sonhos novamente. Pronto! Sonhar com você é o mesmo que passar o resto do dia, se não da semana, como um poço de nostalgia. Não consigo nem ir no armazém do seu José, por que se eu ver um tomate na minha frente, começo a chorar. Lembro da sua mania estranha de comer tomate como se fosse fruta, embora o mundo saiba que tomate só é fruta nos livros escolares. Não conheço mais ninguém que sente no sofá para assistir televisão com um tomate inteiro nas mãos e ainda dizer que aquilo é uma delícia. Eis outro pensamento: Eu amava até as coisas mais estranhas em você. Amava como eu era parte dessa estranheza, como não combinávamos um com o outro e, ao mesmo tempo, éramos perfeitos juntos. Todos diziam. Bem, na verdade eles ainda dizem para mim até hoje: "Nossa, por que vocês não estão mais juntos? Se vocês não ficaram juntos para sempre, eu estou oficialmente desacreditando no amor." Pra você é fácil ficar longe de mim, São Paulo é uma cidade fria. Tenta vir sofrer de amores no Rio de Janeiro, meu querido, você morre de depressão na primeira semana. Esse é o mal das cidades que são quentes até nos dias mais frios. Os casais não precisam ficar em casa se esquentando, eles podem passear de mãos dadas na rua, alegremente, e esfregar na sua cara todos os dias que o mundo inteiro pode ser feliz, menos você. Queria eu poder ir sofrer em São Paulo e te despejar aqui na Cidade Maravilhosa. Você foi e não me deixou nem ao menos um número de telefone para eu ligar uma vez ao ano para saber se você ainda está vivo, nem quis levar o meu telefone para alguém me ligar me chamando para o seu enterro. Escolheu sair da minha vida apagando todas as memórias físicas, que eram bem poucas, e deixando a impressão de que todo esse amor é uma pura ilusão minha, que eu sou uma louca por acreditar que alguém tão perfeito para mim como você estaria realmente comigo e não com uma dessas Barbies que caminham pelos palcos. Já faz mais de um ano que você se foi e ocasionalmente eu tenho sonhos com você. Por favor, pare! Pare de se infiltrar na minha cabeça, de me proporcionar sonhos lindos, de me trazer a tona memórias que eu tento a todo custo esquecer. Eu sei que sempre fui forte, mas você é o meu ponto fraco. Você é a minha kriptonita. Pare de assombrar os meus sonhos com o seu sorriso, o seu abraço, o seu beijo. Não me torture mais. O amor que tivemos era grande demais e você foi pequeno para carregá-lo. O fardo quem carrega sou eu, por ter tanto amor em meu peito e ninguém para recebe-lo. Logo eu, que pedi tantas vezes para você voltar, estou implorando para você parar de aparecer justamente nas horas onde o resto do mundo parece fazer sentido e percebo que talvez, só talvez, eu não estava viva só para te amar. Deixe o mundo gritar um pouco e cala o teu sussurro manso. Pois sabes que entre o grito alheio e o teu silêncio, escolheria mil vezes o seu silêncio. Só que eu peço silêncio e recebo ausência e, com isso, eu não estou sabendo lidar. 

Beber cerveja com o amor, quebrar a cama com a paixão.

domingo, abril 15, 2012
Quando amei pela primeira vez, aquele amor bobo que surpreende a gente de todas as maneiras, eu me enchi de promessas. Eu prometi, quase como uma oração, quase como um juramento, que eu não me apaixonaria por pessoas diferentes de mim. Não que eu quisesse alguém que fosse minha versão masculina, mas eu sempre tive o pé no chão para saber que extremos opostos nunca se encontram. E é isso que eu quero: Alguém que se encontre comigo. Eu prometi que nunca iria me apaixonar por alguém que tentasse me podar, me calar, me diminuir. Nunca iria gostar de alguém que me impedisse de usar salto alto só por que já sou extremamente alta, ou de alguém que odiasse minhas tatuagens e vivesse perguntando se o meu objetivo era me transformar em algum tipo de gibi. Apaixonar-me por alguém que contém qualquer tipo de preconceito? Fora de cogitação. Odeio e sempre odiei pessoas que olham com aquele olhar de desgosto, de nojo, de reprovação para os negros, homossexuais ou flamenguistae olha que sou vascaína. Eu queria alguém que compartilhasse do mesmo amor por animais, abraços apertados, manhãs e noites frias, pés descalços, coleções. E no dia que me apaixonei pela primeira vez — por aquele babaca que não merecia nem a minha atenção, quanto mais o meu primeiro amor — eu jurei que nunca iria me apaixonar perdidamente. Eu ia sempre me apaixonar achadamente. Eu saberia por quem estaria me apaixonando. Fazer o quê? Sou uma pessoa extremamente racional até nos dias mais estupidamente emocionais. Eu jurei manter distância de pessoas mesquinhas, extremamente materialistas, preconceituosas, estagnadas. O problema foi que eu demorei muitos anos e muitas promessas não cumpridas para perceber que a paixão, assim como o amor, não marca hora pra chegar. Não te liga com antecedência para você varrer a casa e preparar uns biscoitinhos. Nem ao menos te dá tempo de pentear o cabelo e escovar os dentes. O amor chega tão lentamente que quando você percebe ele está está instalado no sofá da sala, com o controle em uma mão e a cerveja na outra. A paixão não, ela não é delicada, ela é avassaladora. Ela quebra a porta da frente, grita que chegou e vai logo te jogando na cama, quebrando os móveis e o seu coração junto. Quando você vai perceber já não é a única moradora do seu apartamento tão pequeno e arrumadinho. Esses novos inquilinos nem se darão ao trabalho de dividir as despesas. Eles entram em nossas vidas e avisam que não tem pressa pra ir embora e, talvez, fiquem para sempre. De nada adianta trocar de endereço, telefone e cabelo. Uma vez dentro de casa, dentro do coração também estarão. E não há como tirar a força, só com o tempo, se assim permitirem. No fim, não há muito o que fazer. Acabamos nos apaixonando aquela imagem que sempre prometemos nem chegar perto. O amor é a maior das ironias que conheço. 

Eu odeio o drama.

De todos os tipos de pessoas que já vi  passar pela minha frente, eu tenho repulsa por aquelas que não sabem viver longe daquele nada-bom e velho drama. Você diz que esqueceu de passar no mercado e comprar o sorvete que ela tanto queria e pronto! O mundo acaba em um drama. Não sei se deveria achar assim, pois é pré estabelecido que mulher que é mulher tem que ser dramática, tem que fazer bico, fazer manha, querer colo. Acho que tô entre ser homem e ser mulher, por que de dramática nada tenho. Nem quando quero colocar aquela meiguice na conversa, convencer os outros de que sei ser doce, nem assim. Sou completamente fora da dramaturgia. E pudera, não sou atriz na minha vida. Sem essa de ser figurante, protagonista ou antagonista. Eu sou eu e não tô nem aí para o nome que as pessoas querem dar para isso. Só que tem gente que faz drama até pra você dizer aquele tão caloroso "eu te amo". E a frase que, antes, era linda, torna-se fria, sem valor, sem ardor, sem querer. Foi sem querer que eu disse que te amava, entendeu isso agora? Por que eu odeio um drama e se você quer amor dramático, vá buscá-lo em outra freguesia. Dizem que eu sou séria demais. Talvez eu realmente seja. Prefiro ser fria do que eternamente morna. Eu não quero esse clima desagradável para mim. Muito quente para usar casaco, muito frio para ir à praia. Eu quero congelar em pleno polo norte ou derreter nas praias do Caribe. E me deixa, eu sou assim... tão instável como qualquer outro poderia ser, se não fosse tão dramático. 
As pessoas andam ensaiando a vida no chuveiro, no banco do carona do carro, no ônibus lotado, nos minutos antes de pegar no sono. Não que eu não seja sonhadora, eu sou! Eu sei o que quero para o meu futuro e para o meu presente. Só que eu não ensaio. Eu faço, sou espontânea. Sinto-me mal quando tenho artistas da vida real ao meu redor. Essas pessoas que ensaiam vários tipos de sorriso no espelho do banheiro, que decoram frases de efeito para todos os momentos, que mentalizam poemas lindos de amor para declamar em uma tarde aos pés da torre Eiffel. Será que ninguém percebe que os melhores atores são tímidos na vida real?  A vida não é feita da dramaturgia, a dramaturgia que é feita de vida. Já cansei disso de "a vida imita a arte". Imita só na parte ruim, naquela falsidade matinal para ser digerida assim que você vê o primeiro raio do sol. 
Guardem o drama para o palco, a televisão, o cinema, o circo. Guardem o drama pros textos, pros contos, pras novelas. Sejam mais espontâneos no dia-a-dia. Não se obrigue a sorrir só por que o outro está sorrindo, nem dizer que ama só por que alguém disse que te ama. Não seja reflexo do mundo, faça do mundo um reflexo só seu! 

Apresentando o Universo Paralello.


Nada mais clichê do que começar um blog se apresentando... Então, vamos lá. Eu sou Maria Clara Lazaroni, tenho 18 anos e sou caloura de História na Universidade Federal Fluminense. Em relação a gosto, sou a capricorniana menos capricorniana que conheço. Na teoria era para eu querer sempre ficar nos bastidores, na prática eu adoro o meio do palco. 
Sou apaixonada por Tumblr, coisas vintage, Tomb Raider, decoração preto e branca, música, tatuagem, escrita, cupcakes, comida crua, agridoce, dreads e livros. Sou uma futura historiadora que nunca seguiu revista de moda e que odeia fazer compras escrevendo sobre moda e comportamento. Adoro ironias. 
Nada melhor do que começar com um texto da pseudo-poética que eu amo ser.
 "No calor, sempre quis o frio. No frio, faço do sol o meu melhor amigo. Adoro as folhas... no chão! Gosto de ser e estar, mas se não sou também quero estar; se deixo de estar, entretanto, não quero mais ser. Gosto de ir e, se pedirem para eu ficar, eu vou, mas volto. Sou paradoxo e antítese. Gosto de beijo, mas prefiro abraço. Gosto do passado, quero um futuro, mas, que me perdoem, prefiro o bom e permanente presente."