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Palavras

segunda-feira, novembro 26, 2012

Eu levei um tempo para entender a complexidade do mundo em que estou inserida. Há muitos mais olhos tristes do que felizes, mas não por que a tristeza esteja tomando conta do mundo. A tristeza agrada aos olhos alheios. Vivemos em um mundo onde o maior ideal é conseguir aceitação. Então choramos lágrimas que não são nossas, dizemos palavras que não saem de nossas mentes, repetimos os mesmos textos clichês. O que você está lendo não passa de uma releitura mal feita de nomes consagrados. Não que eu queira ser a Clarice Lispector do futuro. Falta-me classe, jeito e gesto para isso. Falta-me criatividade e, assim para o resto do mundo, falta originalidade. Tudo que vê-se pelos cantos são releituras mal feitas, textos iguais com palavras diferentes. As pessoas trocam algumas virgulas, falam com outra intonação e acabam se apegando as palavras como se pudessem roubar todo o dicionário para si. Com o tempo eu fui percebendo que não há mais sentimentos espontâneos… Todos os nossos sorrisos são ensaiados milhares de vezes em frente ao espelho do banheiro. Tudo vai se perdendo pelos cantos, restando alguns poucos resquícios de algo novo. E, quando finalmente o novo chega, há aquelas velhas pessoas - velhas na consciência, não na idade - que fazem questão de afirmar que aquilo em questão não é novo, mas velho e perdido e esquecido e reencontrado. Vivemos em um mundo de aparências e isso não é novidade. Só que às vezes nos iludimos… Chegamos a pensar que palavras podem salvar os outros ou a nós mesmos. Pensamos que palavras ajudam. No final, palavras só atrapalham. 

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