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Seria mais legal se fosse apocalipse zumbi.

terça-feira, dezembro 11, 2012
E se o mundo já acabou e esqueceram de nos avisar? 

Enquanto algumas pessoas fazem piada sobre o fim do mundo, outras acreditam realmente que tudo irá acabar dia 21 de dezembro. Confesso que nunca vi o filme 2012, só alguns trailers, e será mesmo que o mundo vai acabar daquela maneira? Tudo sendo destruído, como se estivessem jogando o mundo fora. Tá podre demais, vamos recriar do zero! Pensando assim... Estão certos! Não dá pra salvar nada disso aqui. 

Andei pensando o que seria, para mim, o fim do mundo. Eu tive meu próprio fim do mundo aos doze anos, quando meu pai faleceu. Fui reconstruindo-me aos poucos e tudo veio ao fim novamente quando fiz dezesseis e perdi meu padrinho. Então esse ano novamente, quando foi a vez do meu avô me deixar. O fim do mundo é quando uma senhora é atropelada e o motorista foge. Também é quando aqueles corruptos descarados não são presos (nem condenados, nem levam advertência, nem ligam para os pais deles e pedem para assinar o caderno). O fim do mundo é o machismo que anda matando tantas pessoas por aí. O mundo acabou no 11 de setembro e acabou novamente em cada atentado pelo mundo. A pacificação das favelas também matou, então também acabou com o mundo. O jovem que desrespeita seus pais é o fim do mundo. Crianças morrendo de fome é o fim do mundo. O fim do mundo foi quando você passou um dia inteiro sem sorrir. O mundo acabou quando paramos de perceber as coisas erradas ao nosso redor. Fechamos nossos olhos. Abrimos de vez em quando, apontamos o dedo para alguém que matou uma criança e achamos que estamos fazendo a nossa parte. Não, não estamos. O mundo acaba todos os dias para milhares de pessoas, inclusive para nós. Não bata no peito para dizer "eu sobrevivi ao fim do mundo". Na verdade, você só aprendeu a viver em um eterno apocalipse.

O fim do mundo é todos os dias. 

Goku seja louvado

segunda-feira, dezembro 10, 2012
Minha opinião sobre o comentário da jornalista Raquel Sheherazade (se você não viu o vídeo, clique aqui e veja)

O primeiro ponto que quero ressaltar é, para mim, o mais importante. Eu aprendi, desde cedo, que o jornalismo é imparcial. Respeito a opinião da jornalista, embora discorde completamente e irei falar sobre isso. Respeito o direito dela de falar o que pensa. Sou do pensamento de que você é livre, mas tem que sempre lembrar que vive em sociedade. Algumas coisas são para certas ocasiões e algumas ocasiões pedem que você se limite ao necessário. Um jornal é um dos lugares que deve-se ter limites. A notícia em questão era que o "deus seja louvado" não será retirado, por enquanto, das notas de real. Somente isso importava, não era necessário a declaração um tanto quanto exaltada de uma opinião naquele momento. 

Ouvi comentários como "liberdade de expressão serve para isso, você só está reclamando por que quer que seja retirada a frase. Você tem que aprender a perder". Em momento nenhum, em nenhum lugar que comentei sobre esse assunto, eu falei que desrespeitava ou achava que a jornalista não tinha que ter opinião. A questão que levantei é que existem outros lugares para se expressar livremente, lugares que não servem para divulgar fatos. Então vamos, finalmente, a minha opinião sobre a retirada ou não retirada da frase.

Se o ateísmo quer um estado laico, engana-se quem pensa que isto só favoreceria os próprios ateus. Um estado laico, sem influência de qualquer igreja ou religião, traria um pouco mais de liberdade. Não é isso que tanto queremos? Liberdade? O problema não é pequenina frase em uma fonte minúscula que, no fundo, ninguém para pra ler. Eu não estou nem aí para a frase, mas me preocupa o que ela representa. Não um Deus, mas o por que dela estar ali. Por que não "Ogum seja louvado"? Por que não "Iemanjá seja louvada"? Por que colocar ali algo que não representa todas as visões religiosas, mas somente uma parte delas? Não vejo nenhum órgão público com um Buda em destaque. Entretanto, vejo a cruz. São detalhes que me fazem questionar por que a fé do outro é maior que a minha. Ou até mesmo, por que uma fé é maior do que a ausência de fé? O cristianismo já pregou muitas coisas boas, mas também já fez e pregou muitas coisas ruins. Olhar para somente um lado é não ser imparcial e não ser imparcial é comprometer todo um "estado laico". Aspas por que não sei se seríamos capazes de sermos um estado laico enquanto as pessoas continuarem a colocar a religião acima da razão. Toda religião que conheço prega o respeito. Nada melhor do que respeitar as diferenças e parar de tentar impor um estado religioso em pequenas frases no nosso dinheiro pro almoço.

Não me literalizem!

domingo, dezembro 09, 2012
Que "o pequeno príncipe" me perdoe, mas eu não quero ser eternamente responsável por aquilo que cativo. O que cativo não é problema meu. Não cabe a mim ficar gastando meus neurônios, minha paciência e meu tempo para me preocupar com o que interpretam de mim. Posso dizer uma frase e alguém entender exatamente o oposto do que eu quis dizer. Que culpa tenho? Responsabilizo-me pelo o que digo, não pelo o que interpretam. Não somos um povo literal, afinal. Gostamos da subjetividade das coisas, de ficar procurando duplo sentido, desejando aquilo que não entendemos de cara. Queremos sempre algo além do superficial. A superfície nos enjoa. Ninguém quer ficar com alguém que seja sempre aquela matemática básica. Hey, garçom, dá uma boa dose de física quântica pra esse cara que só sabe as quatro operações básicas! Até nossa futilidade carece de duplo sentido. Você gosta de banana? Hmmmm safadinho! Aquela conversa marota no bar é cheia dos sentidos, das vontades, das intenções. É, como dizem? Plantar verde para colher maduro. Quantas vezes já brincamos querendo falar a verdade, mas com medo da reações preferimos fingir que era somente brincadeira. É brincadeira, tá? Vai que levam a sério o que eu estou falando... Ai não, vão me literalizar. Isso existe? Literalizar... Não sei se existe, provavelmente não, mas está aí uma coisa que, mesmo não existindo, me pôs medo. Se alguém resolver, mesmo que somente por um dia, me literalizar eu estarei ferrada. Gosto da subjetividade, gosto de falar com duplo sentido, gosto daquela maldade malandra de falar uma coisa e querer dizer outra. Então, por favor, não venham me falar que sou responsável pela interpretação alheia. Eu me responsabilizo por aquilo que me encanta, entretanto. Isso sim é parte de mim, o que faz meus olhos brilharem, o que arrepia minha espinha. Isso é parte de mim, então eu tomo total responsabilidade. Seria capaz de me agarrar às palavras ditas e redizê-las só para que elas se tornassem tão minhas quanto de quem as disse em primeiro plano. Só não há lógica, para mim, me responsabilizar por quem acha que eu sou fã de bananas ou tão pouco por quem acha que sou uma maníaca sexual que adora um pênis. E foi só uma frase... Imagina uma vida?! Que loucura, me responsabilizarem por que encanto alguém. A loucura está na outra pessoa, não em mim. Eu quero a liberdade de ser e ser só pra mim. Eu quero a felicidade de fazer o que me faz bem, de esquecer que vou ser julgada, deixar-me perder pelos meus pensamentos mais abstratos. Se alguém olhar para mim e se encantar, se quiser, pode vir me dar as mãos, eu gosto de contato, mas minhas costas não vão carregar o peso de não permitir que aquela pessoa se decepcione. Por que eu amo as diferenças, mas tenho lá meus tabus. Eu acordo dando bom dia pro sol, mas tem dia que só quero é ficar sozinha. E cá entre nós, se ficarmos nos preocupando em sermos responsáveis pelos outros deixaremos de ser o que somos por essência. E aí? Tudo aquilo que se cativou se esvai pelos dedos como areia da praia.

Palavras

segunda-feira, novembro 26, 2012

Eu levei um tempo para entender a complexidade do mundo em que estou inserida. Há muitos mais olhos tristes do que felizes, mas não por que a tristeza esteja tomando conta do mundo. A tristeza agrada aos olhos alheios. Vivemos em um mundo onde o maior ideal é conseguir aceitação. Então choramos lágrimas que não são nossas, dizemos palavras que não saem de nossas mentes, repetimos os mesmos textos clichês. O que você está lendo não passa de uma releitura mal feita de nomes consagrados. Não que eu queira ser a Clarice Lispector do futuro. Falta-me classe, jeito e gesto para isso. Falta-me criatividade e, assim para o resto do mundo, falta originalidade. Tudo que vê-se pelos cantos são releituras mal feitas, textos iguais com palavras diferentes. As pessoas trocam algumas virgulas, falam com outra intonação e acabam se apegando as palavras como se pudessem roubar todo o dicionário para si. Com o tempo eu fui percebendo que não há mais sentimentos espontâneos… Todos os nossos sorrisos são ensaiados milhares de vezes em frente ao espelho do banheiro. Tudo vai se perdendo pelos cantos, restando alguns poucos resquícios de algo novo. E, quando finalmente o novo chega, há aquelas velhas pessoas - velhas na consciência, não na idade - que fazem questão de afirmar que aquilo em questão não é novo, mas velho e perdido e esquecido e reencontrado. Vivemos em um mundo de aparências e isso não é novidade. Só que às vezes nos iludimos… Chegamos a pensar que palavras podem salvar os outros ou a nós mesmos. Pensamos que palavras ajudam. No final, palavras só atrapalham. 

Oi faculdade!

domingo, novembro 25, 2012

É estranho imaginar que estou na faculdade. É estranho imaginar que eu passei para uma universidade federal. É estranho imaginar que o vestibular acabou. É tão legal saber que nada disso é minha imaginação. Já realizou um sonho? Então, se sim, sabe qual é a minha emoção. Adeus matemática, física, química e biologia, eu não vou sentir saudades de vocês (ok, talvez um pouco da matemática!).

2011 foi o ano se escolher o futuro. E de estudar. Estava na hora de enfiar a cara nos livros e não se preocupar somente com a nota no boletim, mas com o destino que você seguiria depois que o terceiro ano terminasse. Encarar o tão falado vestibular foi complicado, cansativo e deu medo. Medo de não conseguir, de não saber para onde ir, de não ter o que fazer no ano seguinte. E se eu não passasse? Ficaria numa faculdade particular ou gastaria mais um ano em um cursinho pré vestibular? Só que então, em Janeiro de 2012, saiu o resultado do ENEM e da UFF.

Primeiro ENEM. Lá estava eu, aprovada para Museologia na UNIRIO e para Literatura na UFRJ. É claro que eu estava feliz, eu havia passado para duas faculdade públicas, mas aquele não era o meu sonho, não era o que eu almejava. Meu sonho era cursar História na UFF! Chegou o dia e, quando vi que havia passado para o segundo semestre, fiquei mais de dez minutos olhando aquela página e procurando o erro. Era tão estranho ver que eu havia passado para a Federal Fluminense...

Era para ser 6 meses em casa que se transformaram em 11. A greve atrasou um pouco o calendário e só essa semana, mais exatamente na segunda, dia 19/11/2012, eu tive minha primeira aula. A aula em questão foi o nosso trote, super calmo, tranquilo, engraçado. Nada de ficar queimando no sol de Niterói para recolher dinheiro, nada de fazer coisas vergonhosas ou humilhantes. Meus veteranos mostraram ser os meus lindos do mundo!

Amanhã começa realmente a batalha, o início da faculdade, fora da semana de trote, já com alguns textos para ler. Eu sei que tudo vai valer a pena. Eu sei que tem muita coisa para acontecer nesses quatro anos e meio que estão por vir dentro da UFF. E que venham os aprendizados, as amizades, os amores, os desamores, as festas, as bebidas, as alegrias e até as tristezas. Que venha a faculdade!!




E o caos começa aqui.
História UFF 2012.2 (manhã)

(Dedico a todos os meus lindos que são da minha sala - Ia citar o nome de todos, mas nem todo mundo tá no nosso grupo do facebook, eu não sei o nome de todo mundo ainda e tem gente no grupo que não é da nossa sala. Bem, para evitar gafes, sintam-se todos beijados, abraçados e amados!) 

Prazer, vadia!

domingo, novembro 18, 2012
Sociedade machista. Cultura do estupro.

Há quem diga que isso não existe. E você? O que acha?

Se você é mulher, responda uma pergunta: Consegue andar na rua despreocupada? Suponhamos que não haja assaltantes nas ruas, todos foram presos, todos estão longe, nenhum vai te roubar. Você andaria despreocupada na rua? Se a sua resposta foi "sim", vamos repensar? Você está indo para uma festa, são oito da noite, a rua está deserta e o ponto de ônibus um pouco longe, sua maquiagem é preta, seu batom vermelho e seu vestido do tamanho que você gosta, com as pernas de fora. Você se sente segura? Outro lugar então. Você está indo trabalhar, são sete da manhã, o ponto de ônibus cheio, seu cabelo perfeitamente arrumado, a maquiagem básica, os olhos marcados por sombras em tons pastéis, o corpo elegante graças ao salto alto obrigatório, o seu perfume contagia o lugar. Você se sente segura? Sem ladrões, você poderia andar com o seu celular na mão, poderia tirar fotos sem se preocupar, mas isso te daria segurança?

A segurança não está em ter a certeza de que seus bens materiais estão a salvo. A questão é que mulher nenhuma anda pela rua sem olhar para os dois lados, mesmo que seja mão única, mesmo que seja uma rua sem saída e o muro esteja a poucos centímetros dela. Mulher anda segurando a bolsa que está apoiada no ombro e, no fundo, não é para evitar que ela caia no chão. Mulher passa horas experimentando roupas. Primeiro, veste as que não quer de jeito nenhum, só para ter certeza de que não quer. Lá para terceira mudança, ela coloca aquela roupa que a deixa maravilhosa, que a faz olhar no espelho e se reconhecer de primeira. Então sua expressão muda e ela troca de roupa rapidamente, não pode passar muito tempo sendo ela mesma, o mundo não aceitaria. Por fim, ela coloca aquela roupa que o marido, namorado, ficante, pai irão gostar. Elegante, mas não metida. Sexy, mas nunca vulgar. Afinal, qual o problema de ser vulgar em algumas partes do dia?

Aquela roupa que você jogou com raiva em cima da cama, pois não podia usar, embora quisesse mais do que tudo, é o que você é. O problema é que ensinaram para nós, mulheres, que devemos "nos dar ao respeito". Eu não me dou ao respeito. Está na hora de mudarmos esse pensamento de que a mulher tem que fazer o homem a respeitar. Homem tem que respeitar e ponto. Mulher tem que respeitar e ponto. Não é o tamanho do meu vestido que vai dar o direito de outra pessoa invadir o meu espaço, me dar uma cantada, falar alguma coisa que me agrida. A minha perna de fora não deve ser vista como um convite para sua mão passear por ela. Se eu nunca passei a mão em um homem sem camisa na rua, por que deveria me dar ao respeito? O respeito é que tem que ser dado para mim.

Quer saber? Eu também morro de calor nesse sol infernal do Rio de Janeiro. Não é justo que eu não possa sair com um short curto, uma blusa que deixe a barriga de fora. E menos justo ainda é que eu tenha que olhar para os dois lados numa rua de mão única só por que andar com o que eu gosto é pedir para ser assediada. É por isso que mulher não se sentiria segura em um mundo sem ladrões. A proteção dos bens materiais é uma mera desculpa para o medo que temos, todos os dias, de andar pelas ruas da nossa própria cidade. Será, afinal, que a rua é mais dos homens do que das mulheres? Você se sentiria ofendida se eu afirmasse que é mais dos homens do que das mulheres, certo? Só que não se sente ofendida quando falo que, se cantaram você na rua, foi por que a sua roupa estava dizendo que aquilo era permitido.

A rua é minha, sua, dele. A rua é o meio comum. Não é de ninguém, é de todos. Então, se eu saio na rua, eu estou na minha rua, eu posso deixar pele de fora. Posso mostrar, não posso? Então, há a cultura do estupro. Já chega de tentar culpar a vítima. Toda mulher já foi estuprada mentalmente graças a uma cultura que diz que sexo só tem que ser bom para o homem, que a mulher tem que ser submissa, maltratada, menosprezada.

A questão é que essa visão errada de "se dar ao respeito" é, muitas vezes, enfatizada pelas próprias mulheres. As mulheres são as primeiras a dizer, em alto e bom som, que vadia não é mulher de verdade. Vadia é aquela mulher que usa roupa curta, dança até o chão na noite, sabe o que quer e vai atrás daquilo. Vadia é aquela garota que deu em cima do seu namorado e você, toda ofendida, coloca a culpa nela, não nele. Vale lembrar que quem tem um compromisso com você é o seu namorado, não a vadia. E você xinga uma mulher de roupas curtas, que dança funk, que tem desejo, que é livre com sua vagina. Você a menospreza, a julga, a condena. Mulher-vadia, aquela que é criticada no facebook, aquela que não tem vergonha em dizer que gosta de sexo, aquela que se veste da forma que bem quer (lembra da roupa jogada com força na cama? Então, ela usa aquela roupa), aquela que é ela, não outra. Por que toda vez que você troca de roupa para agradar aos outros, ou evitar ser estuprada, você está abrindo mão do que você é para ser outra pessoa.

E, se ser vadia é ser livre, tenho orgulho de dizer que sou vadia!

Qual a sua vogal?

sábado, novembro 17, 2012
Hoje eu me apaixonei. Não foi a primeira vista, demorou muito tempo para acontecer. Talvez, quem sabe, tenha acontecido até rápido demais, eu é que não quis, de forma alguma, aceitar. Hoje eu aceitei. Ele é gentil, gosta de me fazer sorrir mesmo quando todo o resto do mundo parece gostar de armar um circo para me fazer chorar. Ele é carismático, precisa ver o quão apaixonante é aquele sorriso dele. Ele é romântico, esses dias ele me mandou uma rosa, me deu escondido, ficou com medo da minha reação. Eu o assustei com o meu jeitão de ser, não o culpo, assusto até a mim mesma às vezes.
Esse cara surgiu na minha vida como um amigo, eu juro que nunca o imaginei como algo a mais. Acho que ele também não imaginava que fossemos ter algo a mais. Primeiro ele ganhou minha confiança, minha amizade, depois meu coração. Tem coisa melhor do que se apaixonar por uma das pessoas que te conhecem melhor? É como se você não precisasse esconder seus defeitos; ele sabe todos os meus e mesmo assim me ama. 
Esse cara faz minha vida um clichê de filme/livro água com açúcar. No fundo, todos gostamos da parte em que somos felizes para sempre. Não sei se será para sempre, mas a parte do "felizes" está perfeitamente adequada. Ele sorri pra mim e parece que todo o resto do mundo diminui. De repente, somos só nós dois, sentados na grama, olhando nos olhos do outro e, sem precisar falar uma única palavra, nos entendemos. 
Esse cara fez com que eu revisse todos os meus preconceitos. Algumas coisas nele, eu jurei nunca aceitar, nunca gostar. Só que... até que aquelas músicas que eu odiava não são tão ruins assim. Ele me fez gostar. Até que aquele cabelo que, antes, era tosco não me parece tão abominável mais. Até aquele chiclete de canela, horrível, intragável, fica com gosto de morango quando é misturado ao beijo dele.
Esse cara, meu, esse cara é perfeito. É perfeito e cheio de defeitos, mas eu consigo amar cada pequeno erro dele. Adoro como nos completamos, como corrigimos um ao outro sem parecer que estamos cobrando perfeição. A nossa perfeição é completamente diferente do que nos foi ensinado. Eu não sou linda, ele não é forte, mas algo dentro de nós parece acender toda vez que trocamos olhares.
Esse cara me faz bem, como nenhum outro conseguiu fazer. Ele é delicado, mas sabe me pegar pela cintura quando tem que fazer. Ele é amoroso, mas sabe dizer que estou errada, sabe me fazer ver que nem todas as minhas escolhas são as corretas, as melhores. Ele aceita quando piso no caminho errado e dou alguns passos. Ele me chama para voltar e mudar de caminho. Ele não me julga se eu aceitar que errei. Nem eu o julgo. 
Esse cara sorri pra mim e diz "querida, o mundo tá uma merda, mas uma hora melhora". Ele me abraça quando me olham estranho na rua por alguma roupa, alguma cor de cabelo, algo que não agrada a todos. E o abraço dele? É o melhor do mundo. 
Hoje eu acordei e não sabia o que fazer com tudo o que eu sentia. Parecia estranho amá-lo. Parecia errado. Só que estar sem ele também não parecia certo. É certo? É certo abrir mão de alguém assim? Alguém que te faz feliz da hora que você acorda até a hora que você vai dormir? Ele passa as mãos pelo meu cabelo e eu, que sempre odiei cafuné, chego a dormir. Hoje, quando eu acordei, queria tomar café forte, embora odiasse café. Queria despertar. 
Despertei. 
Larguei de lado todos os contos de fadas e encontrei com ele. 
Ele não é um conto de fadas, não é um príncipe encantando, nem eu sou princesa. Só que, em alguma parte do meu dia cheio de tarefas chatas, ele me completa. Esse amor não é paixão e eu agradeço por isso. A paixão eu deixei pra trás naquele copo de café forte que ainda está amargo na minha garganta. O amor ficou e eu pude comprovar que ele realmente é amor. Não farsa, imaginação, ilusão. É amor, na forma mais pura. Não é aquele amor de declarar com mil versos de músicas, mil textos, um flash mob no meio do shopping e um pedido de casamento no programa da Fátima Bernardes. É um amor simples, de morar junto e ser junto, mesmo quando estamos separados. 
Falei para ele que estava feliz. Ele sorriu. 
Falei para ele que não queria mudar nada.
Ele falou que queria mudar meu sobrenome. 
Brinquei de como aquilo era clichê, romântico, mas bobo, idiota até. 
"Minha idade mental é um pouco maior do que 14 anos, bebê, eu não acredito em diálogos perfeitinhos de tumblr.", eu disse. Ele revirou os olhos. 
Só que no fundo, eu queria mudar meu sobrenome. Na verdade, eu queria que a grama em que adorávamos ficar conversando fosse fora do nosso quintal. Eu queria que nossos dedos entrelaçados continuassem entrelaçados fora dos nossos muros. 
Juramos largar nossos próprios preconceitos. 
Saímos dos nossos muros, das nossas muralhas. 
Alvejaram-nos de olhares, algumas palavras afiadas, algumas acusações. 
Ele ainda queria que eu mudasse meu sobrenome, mas... Eu podia? 
Tentamos. 
Tentamos de novo. 
E vamos morrer tentando. 
Uma vogal nunca fez tanta diferença. 
"Vocês não podem casar". 
Mas eu poderia. 
Se o meu "ele" não fosse "ela". 


Esse texto é fictício. Eu não me apaixonei por uma mulher hoje. Mas com certeza outras mulheres se apaixonaram. E outros homens também. 

Oi nostalgia, eu não irei implorar distância de você.

quinta-feira, novembro 15, 2012
Retirei a nostalgia da gaveta. Estou morrendo de medo de ela dominar o meu ser, mas sinto que é preciso. Deixei-a trancafiada na velha gaveta dos meus sentimentos esquecidos, torcendo para que ela me abandonasse. Foi em vão. Lá está ela, tão vívida e atual como no dia em que a trancafiei. É uma velha companheira que tentei abandonar em algumas viagens e em alguns romances. Preferi, desta vez, não esperar que ela tivesse forças para se soltar sozinha. Se ela quer tanto a sua dose de exibicionismo, eu não irei impedir. Então, que o circo seja armado que a trapezista está chegando! Oi nostalgia, eu não irei implorar distância de você. Não hoje. Eu quero transcrevê-la, eu anseio em entendê-la. Será que é mesmo tão complicado quanto dizem? Você é naturalmente torturante, porém é livre de culpa. A nostalgia é a prova de que estamos incompletos. Até quando eu serei incompleta, Nosta? Resolvi que não a tratarei mais como uma inimiga. Não mais! Eu te quero perto de mim, guiando-me até eu deixar de ser somente parte de um ser absorto em memória dos sorrisos que, hoje, dão lugar ao vazio. Nem as lágrimas andam querendo frequentar-me. Que valor terá a vida para mim, quando não se há nada para valorizar? Eu deveria ter guardado o amor ao invés da nostalgia. Deveria tê-lo guardado por trás de um vidro com aqueles dizeres de "quebre em caso de emergência". Acho que este é um verdadeiro caso de emergência. Antes eu era ingênua ao ponto de pensar que somente a felicidade me era favorável. Que tola fui! Uma vida sem lágrimas é tão despresível quanto uma vida sem sorrisos. Comecei com medo de ser dominada pela nostalgia, sem saber que ela já estava tatuada em minha alma. O passado nos deixa as memórias de que dores passarão e cartas longas de amor voltarão a serem escritas. Só que o fato atual é inédito. Não amo e não odeio. Não vivo, nem morro. Se isto é a tal da "sobrevivência", ela não é tão agradável quanto na teoria. Nunca pensei que fosse, um dia, me agradar com a nostalgia. Ela é a única prova de que existem tempos melhores.

Eu li: "Um caso de verão", Elin Hilderbrand

sábado, novembro 10, 2012
Eis o primeiro livro que irei falar! Eu o li em janeiro, em cabo frio, nos dias que eu não conseguia dormir por causa de coisas que acontecerem e me tiraram o sono. Bem, o livro tem a leitura boa, fácil, flui bem. Só que tenho que confessar: Está bem longe de ser o meu livro favorito.
O livro conta a história de Claire Danner, uma mulher que tem a suposta vida perfeita: Uma boa casa, um bom marido e um bom filho (embora haja a duvida se ele tem algum problema, pois se desenvolve tardiamente). Só que Claire, antes de ser mãe, antes de ser esposa, é artista. Ela fazia grandes esculturas de vidro, mas parou de trabalhar quando passou mal enquanto estava grávida de seu filho e passava horas no calor da estufa.
Bem, a história é basicamente sobre uma paixão doentia e louca (eu considero doentia) por Lock, um homem de meia idade, casado e da alta sociedade, que a convida para organizar um grande leilão, e fazer a peça para ser leiloada. Na minha opinião, é uma história fraca. Não que seja completamente ruim, mas o questionamento de Claire se está ou não fazendo o que é certo, chega a ser irritante. Não há nada certo na traição, não há nada certo no que ela está fazendo, mas, se está fazendo, que se entregue de corpo e alma, não só corpo.
Não é o pior livro, nem o mais detestável, é um livro comum, meio água com açúcar, bom pra ter na prateleira para aqueles dias em que qualquer coisa é mais interessante que a realidade. E como quase divido nome com a protagonista, eis a minha parte favorita do livro:

"Bateu timidamente, sentindo-se a Chapeuzinho Vermelho com sua cestinha; depois, castigou-se. Estava sendo ridícula! Siobhan gostava de frisar o quanto era irônico o fato de Claire se chamar Claire, ou seja, "clara" - por que Claire era confusa. Sem limites!, gritava Siobhan. Durante toda a sua vida, Claire tivera problemas em entender onde terminavam as outras pessoas e onde ela começava. Sempre assumira como suas as dores do mundo. De alguma maneira, achava-se responsável. Mas por quê?"

Andar tranquilamente na favela onde eu nasci...

quarta-feira, outubro 31, 2012
Um dia me ofereceram cocaína. Não aceitei. Há quem diga que todo "favelado" já experimentou todas as drogas lícitas e ilícitas, mas eu não quero fazer parte dessa generalização. Generalizações são sempre erradas, já percebeu? E lá estou eu: Generalizando. A questão é que eu sou favelado, nasci no morro, sou preto, ando descalço, estudo em escola pública, sou um clichê de novela da globo, aquele que morre no meio do tiroteio e dois capítulos depois ninguém lembra nem do meu nome. Só que eu nunca me droguei. Um dia tentaram me entregar um revólver. Recusei. Sim, eu poderia muito bem ter pego e ter sido o orgulho dos traficantes, por que eu sou neguinho e eu moro ali, bem na esquina da maldade e do caminho errado. Só que eu desviei. Não é isso que minha mãe gostaria que eu fizesse? Desviasse? Então, eu desviei. Eu matei aula, como todo garoto, rico ou pobre, negro ou branco, mas eu estudava. Mais do que muitos. Não era o mais inteligente, mas buscava ser, eu precisava ser se não quisesse ter valor somente por segurar uma arma ou chutar uma bola. É isso que acontece no morro; ou você nasce para polícia te matar ou para estrangeiro te comprar. Só que eu não nasci para morrer e nem queria sair do Brasil. Eu queria ser alguém? Sim. Só que aprendi que você é sempre alguém. Eu sou alguém. Sou alguém para mim, pros meus pais, pros meus irmãos. Posso ser um número na estatística do governo, mas sou alguém dentro de casa. Quer orgulho melhor? E eu sou novo, não sou? Dezessete anos e já quero o mundo todo pra mim. Mas tenho preguiça, quem não tem? Tem dia que não quero estudar, só quero sair com os meus amigos, pegar algumas meninas, ouvir um funk. E daí se o meu funk fala um caralho? E dai se o meu funk diz que um pau na boceta é gostoso? Sabe por que ele te incomoda, plateia de Caetano Veloso? Por que ele fala o que você pensa, mas nunca teria coragem de dizer. Sabe qual a nossa diferença maior, almofadinha que lê a Veja? Eu, lendo meu meia hora, sou capaz de escutar Caetano Veloso e assumir. E você? É capaz de dizer para mamãe que andou escutando um proibidão? O que você faz e tem medo de assumir, eu canto pelos quatro ventos. E saio como errado, mas é claro, eu sempre sou o errado. Afinal, você pode ir para o meio da rua e gritar sobre Deus, pode colocar a música góspel na frente de uma casa de macumba no último volume. "É o meu direito de expressão, você não pode me proibir disso". Mas... você está incomodando quem não divide do mesmo gosto que você, não está? Só que você esquece que respeito e direito é uma via de mão dupla. Então, vamos fazer assim? Você escuta tua música num fone de ouvido e eu passo a não escutar funk no ônibus, fechado? Só que ai você pensa que eu estou te podando... "negrinho querendo aparecer, volta para senzala!". É por isso que eu não ligo se você reclama que meu funk é proibido. Afinal, teu preconceito também é e você continua mostrando-o para quem quiser (e para quem não quiser também). E eu jogo bola, mas não quero ser jogador. Eu escuto funk e não quero ser cantor. E eu escuto rap e não sei rimar. Mas eu sou humano e, você querendo ou não, sou igual a você. E eu podia ter entrado no mundo das drogas e no mundo do crime. Eu poderia ter me iludido achando que o Flamengo ia vir me procurar no morro e eu iria ser o próximo Adriano. Eu poderia, não poderia? Mas eu escolhi ser eu, morar na minha favela e ser alguém dentro de casa. Eu escolhi, na volta da escola, escutar o meu funk no ônibus. Eu não tive overdose, nem fui preso, nem reprovei na escola, nem fui expulso de casa, nem peguei uma doença. Eu fui morto por que estava escutando o que eu gosto. Talvez alto demais? Sim, mas... você não? 
Abaixa o som da hipocrisia, por que você me deu um tiro por ouvir a música que te faz quicar até o chão. 


Será mesmo que eu sou a única pessoa que achou um absurdo os comentários feitos sobre a notícia no jornal sobre um garoto que foi morto por estar escutando funk no ônibus? "Bem feito" "Já foi tarde", "Finalmente alguém fez alguma coisa"... Eu não gosto de música alguma no ônibus, só que tirar a vida de alguém por causa disso é uma ignorância sem tamanho. A história não é baseada em fatos, eu não sei nada sobre o garoto que morreu, mas... você sabe? Você que acha que ele tinha que morrer mesmo, que todos deveriam morrer... você sabe quem era esse garoto? Ele podia ser um drogado, um sem rumo, um bandido, mas mesmo que fosse, isso não lhe dá o direito de querer que ele morra. O garoto podia ser bandido, mas também podia ser um herói. O teu rock não é melhor que funk algum. Nem o teu axé, rap, reggae, pop, mpb. Nem o funk é melhor que qualquer outro estilo. Mas a tua ignorância faz VOCÊ pior. Cada dia pior... 

Fácil como respirar.

sexta-feira, outubro 26, 2012
No começo do ano, quando descobri que havia sido aprovada para a UFF eu fiz uma lista de coisas que eu tinha que fazer antes de começar a faculdade. Tinha 6 meses pela frente e um dos meus objetivos era, finalmente, terminar o meu livro. Dez meses se passaram e nenhuma página foi acrescentada. Esses dias, entretanto, me deu vontade de voltar a escrever aquela história que já está quase que completamente esquecida na minha memória. Mas... e agora? Onde está o arquivo? Fiquei procurando pelos pen drives antigos, hd externo e pastas dentro de pastas até que eu encontrei. Encontrei algumas histórias abandonadas e um conto escrito no bloco de notas. Um dos meus primeiros contos, escrito quando eu tinha 11 ou 12 anos. Resolvi postar ele aqui. Não mudei nada, só corrigi o português em algumas partes que estavam absurdamente erradas. Espero que gostem. (E não, nem nem abri o arquivo da história do livro. Deixa para os próximos 10 meses, né?)


 — Está pronta, Sabrinna? — Alissa, minha irmã mais velha, olhava-me com seus olhos negros.
— Não. — Confessei.
— Então, é melhor você ficar pronta rapidamente. Chegou o grande dia, pequenina. — Ela sorriu.
Suspirei.
Sempre soube que havia algo de estranho na minha família. Era comum ouvir expeculações e brincadeiras na rua. Principalmente quando o tão famoso dia das bruxas estava se aproximando. Cidade pequena é assim... As pessoas tendem a acreditar em lendas que são passadas de geração em geração. Minha cidade é assim. Os fatos não importam. Não importa, também, se quem contou a história morreu há mais de duzentos anos.
Cresci com Alissa fazendo brincadeiras comigo sobre o meu destino no dia das bruxas. Implicância de irmã, cheguei a acreditar. Dizendo-me, por vezes, que tudo iria mudar quando eu fizesse 21 anos. Pensei que fosse a liberdade. Iludi-me achando que me libertaria de alguma coisa.
Tola que sou.
Hoje, além de ser dia das bruxas, é meu aniversário de 21 anos. Ao contrário das outras pessoas, porém, não vou ganhar a tão sonhada liberdade como presente. Em contra partida, ganharei minha maldição eterna. Algo que eu não posso combater. Algo que ninguém, nunca, conseguiu enganar. "O seu destino pode ser seu carma ou seu darma, pequenina. Cabe a você escolher." — Dizia-me Alissa, todas as vezes que eu indagava sobre o segredo de família.
Então chegara o dia.
Antes do café-da-manhã, tive algo para digerir.
— Sabrinna, está pronta? — Alissa me olhou, ansiosa.
— Não, Alissa. Sinto medo dentro de mim. — Fiz uma pausa, olhando para as minhas mãos cruzadas sobre o meu colo. — Mas você pode falar. Quanto maior o tempo que você me esconde a verdade, maior o peso que você carrega nas costas. Está na hora de dividir o peso. — Tentei sorrir.



Alissa respirou fundo.
Então começou a falar.
— Há muitos e muitos anos, nessa mesma cidade, duas famílias brigavam pelo poder. Uma família de magos. Uma família de bruxas. Em uma, somente os homens tinham o poder. Em outra, somente as mulheres. — Alissa levantou um dos cantos da boca. — Romeu e Julieta. Coisas assim acontecem, Sabrinna. O nome dele era Matthew e o dela Maddalena. Ambos eram a grande promessa de suas famílias. Eles eram a esperança de poder. Antes de terem poderes, porém, eles eram humanos. Um pré requisito para poder ser chamado de humano é o fato de que cometemos erros. E eles cometeram. Cometeram o erro de dormirem na mesma cama e compartilharem o mesmo amor. Cometeram o erro de fazer a coisa mais linda do mundo; amar um ao outro com a força de sua alma. Cometeram o erro de unir o sangue das famílias. — Alissa fez uma pausa. — Quando Vênus nasceu, não era de conhecimento comum se ela seguiria o ódio ou o amor. Mas tome como lição, pequenina; Não importa quão grande seja o ódio. Se houver uma pequena faísca de amor, afeto ou carinho, o ódio é nulo. Ou quase. As famílias se uniram e amaldiçoaram os três frutos do amor proibido. Mas o amor deles era tão forte que nada os abalou. Mas a maldição foi lançada. E o amor só foi forte o suficiente para proteger quatorze gerações. — Ela me olhou nos olhos. — Então cabe a você, pequenina. Cabe a você, décima quinta geração. Cabe a você acabar com a maldição.
Eu não consegui, de primeira, entender tudo o que Alissa estava tentando me dizer. Mas uma pergunta me veio logo em mente.
— Como eu o faço? — Perguntei, com medo da resposta.
— Matando alguém de coração tão puro quanto o de Vênus. Na noite do dia das bruxas do seu 21º aniversário.

— E se eu não o fizer? 
— Então você estará traçando o caminho da morte e da dor não somente para nossas famílias, mas como para todos que um dia pisaram ou pisarão em nossa cidade. 
Eu não tinha mais nada o que pensar. Não poderia deixar aquilo acontecer. Acabara de descobrir meu passado e já sabia o que tinha que fazer no futuro. Eu não teria futuro. Eu sentia o que precisava fazer, como se já estivesse cravado em meu peito desdo dia em que nasci. 
Pensar naquilo era fácil como respirar. 
Fui até a praça da cidade, que estava vazia, com uma faca antiga na mão. Na outra mão, uma pequena carta. "Fácil como respirar" lembrei-me. 
E realmente fora. 
A faca atravessou meu coração tão levemente que não cheguei a perceber a dor. Parecia que meu corpo e minha alma estavam prontos para aquilo, necessitavam daquilo. 

No dia seguinte encontraram meu corpo sem vida e sem brilho. 
Hoje em dia o conteúdo da minha carta está exposto em todos os cantos daquela pequena cidade. Em forma de agradecimento, espero eu. 
É impossível limpar um nome quando é o seu destino que está manchado de sangue


Inspiração: Cabelos Coloridos

segunda-feira, outubro 22, 2012

Eis uma das minhas maiores paixões: Cabelos coloridos. Acho que todos já tiveram, pelo menos um dia, aquela vontade louca de pintar o cabelo de rosa, azul, verdade, roxo, laranja... Por que não pintar agora? É, isso mesmo, vá descolorir esse cabelo e jogar uma tinta fantasia por cima.
O grande problema de ter cabelos coloridos é a manutenção. O pigmento não maltrata o cabelo, já a descoloração sim. Então, se for fazer em casa ou no salão deve-se saber se o descolorante é um bom, que maltrate menos o cabelo. Não podemos esquecer também das hidratações e que, para ter cabelo colorido, deve-se abrir mão de algumas coisas como, por exemplo, banho de mar ou piscina. Iemanjá adora levar a cor de nossos cabelos (mas aí ajuda se você estiver querendo trocar a cor. Desbota no mar e pinta depois).
Então, aqui estão algumas (poucas) inspirações para vocês. Estou apaixonada por esse cabelo em tons pastéis, quem sabe eu faço no futuro, não é?


E não posso deixar de mostrar o meu antigo cabelo colorido... Bateu saudades dele.
(Loiro, laranja, rosa, vermelho, azul e roxo)


Centro Cultural Banco do Brasil - Retrospectiva James Dean | Corpos Presentes | Viva Elis

segunda-feira, setembro 10, 2012
Sábado eu fui ao centro do Rio de Janeiro com a minha prima. Nosso objetivo era somente ir à Uruguaiana e depois ver um filme no Odeon (irei falar sobre isso em uma próxima postagem). Ficamos com tempo livre e resolvemos dar uma olha nas exposições do CCBB e foi a melhor escolha do dia.
Quando entrei no CCBB, confesso que cheguei a pensar que seria perda de tempo ficar olhando para aqueles homens de ferro sem entender nada daquilo. Eu estava completamente enganada, então aí estão as fotos da melhor exposição que eu já fui. Fotos horríveis tiradas do celular.



 "James Dean Eternamente Jovem - Retrospectiva James Dean" era a primeira exposição, e também a menor, logo no térreo do prédio. Não fazia ideia de quem James Dean se tratava, mas olhe a terceira foto e me diga se você não se apaixonou! Acabei descobrindo que ele foi um ator nos anos 50. Um ator que não se contentava em ser ator. Ele era fotógrafo, pintor, ator, bonito, estiloso e rebelde! Recebeu duas indicações póstumas ao Oscar. Morreu cedo, aos 24 anos, vítima de um acidente de carro. E mais uma vez... Os bons morrem cedo.






Corpos presentes, corpos presentes. Juro que estou até agora tentando entender essa exposição. Essa é uma daquelas exposições que precisam de toda uma aula de filosofia para poder entender. Ou pelo menos tentar entender. O ponto positivo, que eu achei mega interessante, foi ter homens de ferro iguais aos da exposição espalhados pelo centro do Rio. Adoro quando colocam a curiosidade no cotidiano das pessoas.
















VIVA ELIS!!!!! O número de fotos maior do que o das outras exposições já deixa claro que eu sou uma apaixonada por Elis Regina, não é? Não há palavras para explicar o quanto essa exposição está perfeita. A história de Elis contada em meio de fotos e vídeos, de uma maneira única! Infelizmente as duas salas de vídeos estavam lotadas e eu não entrei, mas eu pude ouvir a discografia, ver as fotos, ler a história da melhor cantora que o Brasil já teve. Em uma entrevista que estava passando, Elis disse que não dá para ser uma pessoa em um momento e depois ser artista. Não existe um botão que te liga e desliga. Ela não conseguia ser assim. Ela era cantora e se não fosse cantora não seria ela. Ela acreditava na verdade das pessoas. Elis Regina é uma das mulheres que eu mais admiro e ver essa exposição só aumentou a minha admiração por ela. Então, VIVA ELIS!!! 

Antes de terminar gostaria de agradecer à minha prima Ludimila que me aturou durante o sábado, me levou pra conhecer o Odeon, fez compras comigo na Uruguaiana e me fez andar tanto, mas tanto, que estou com os pés cheios de bolhas. Obrigada prima! 


Onde comprar: Anéis de falange.

terça-feira, agosto 07, 2012


Não é segredo para ninguém que eu sou uma viciada em anéis. Eu não poderia deixar de falar sobre esses lindos anéis de falange que, finalmente, chegaram como tendência. Então fiz uma lista de 5 sites que vendem esses anéis, para que todos nós abusemos desses mimos!


1. Anel de Falange de laço da Serendipity
2. Trio de Anéis de Falange da O.Z Store
3. Anel quadrado de Falange da MiSofia
4. Anel de Falange de óculos da Mila Campos
5. Anéis de assas, moustache e paz da I♥Acessórios

Tomate nunca será fruta.

segunda-feira, agosto 06, 2012

Eu estava mergulhada em sonhos calmos e cinzentos. Embora estivesse dormindo, podia ouvir no fundo dos sonhos a água batendo na janela. Era para ser uma daquelas noites que todos adoram dormir: sonhos neutros, chuva, frio gostoso. Só que você invadiu meus sonhos novamente, com aquele sorriso que eu conheço tão bem, colorindo tudo o que eu só queria que continuasse parecendo com fumaça. Deveria haver uma lei sobre isso, algo mais ou menos assim: “Uma vez que alguém resolveu ir embora de sua vida, fica terminantemente proibida a volta da mesma em forma de sonhos e/ou pensamentos.” O mundo seria tão mais fácil de se levar se eu não tivesse que me aturar nos dias em que sonho com você. Desde que você se foi eu tenho criado maneiras de não imaginar como seria a nossa vida perfeita, como seria nosso casamento, nossa casa, nossos filhos. Quer saber? Não é fácil, mas eu tenho conseguido passar os dias sem pensar em você a cada segundo. Só que então, em uma noite calma e perfeita, você resolve que eu já estou há muito tempo sem pensar e chorar por você… Está na hora de invadir-me os sonhos novamente. Pronto! Sonhar com você é o mesmo que passar o resto do dia, se não da semana, como um poço de nostalgia. Não consigo nem ir no armazém do seu José, por que se eu ver um tomate na minha frente, começo a chorar. Lembro da sua mania estranha de comer tomate como se fosse fruta, embora o mundo saiba que tomate só é fruta nos livros escolares. Não conheço mais ninguém que sente no sofá para assistir televisão com um tomate inteiro nas mãos e ainda dizer que aquilo é uma delícia. Eis outro pensamento: Eu amava até as coisas mais estranhas em você. Amava como eu era parte dessa estranheza, como não combinávamos um com o outro e, ao mesmo tempo, éramos perfeitos juntos. Todos diziam. Bem, na verdade eles ainda dizem para mim até hoje: “Nossa, por que vocês não estão mais juntos? Se vocês não ficaram juntos para sempre, eu estou oficialmente desacreditando no amor.” Pra você é fácil ficar longe de mim, São Paulo é uma cidade fria. Tenta vir sofrer de amores no Rio de Janeiro, meu querido, você morre de depressão na primeira semana. Esse é o mal das cidades que são quentes até nos dias mais frios. Os casais não precisam ficar em casa se esquentando, eles podem passear de mãos dadas na rua, alegremente, e esfregar na sua cara todos os dias que o mundo inteiro pode ser feliz, menos você. Queria eu poder ir sofrer em São Paulo e te despejar aqui na Cidade Maravilhosa. Você foi e não me deixou nem ao menos um número de telefone para eu ligar uma vez ao ano para saber se você ainda está vivo, nem quis levar o meu telefone para alguém me ligar me chamando para o seu enterro. Escolheu sair da minha vida apagando todas as memórias físicas, que eram bem poucas, e deixando a impressão de que todo esse amor é uma pura ilusão minha, que eu sou uma louca por acreditar que alguém tão perfeito para mim como você estaria realmente comigo e não com uma dessas Barbies que caminham pelos palcos. Já faz mais de um ano que você se foi e ocasionalmente eu tenho sonhos com você. Por favor, pare! Pare de se infiltrar na minha cabeça, de me proporcionar sonhos lindos, de me trazer a tona memórias que eu tento a todo custo esquecer. Eu sei que sempre fui forte, mas você é o meu ponto fraco. Você é a minha kriptonita. Pare de assombrar os meus sonhos com o seu sorriso, o seu abraço, o seu beijo. Não me torture mais. O amor que tivemos era grande demais e você foi pequeno para carregá-lo. O fardo quem carrega sou eu, por ter tanto amor em meu peito e ninguém para recebe-lo. Logo eu, que pedi tantas vezes para você voltar, estou implorando para você parar de aparecer justamente nas horas onde o resto do mundo parece fazer sentido e percebo que talvez, só talvez, eu não estava viva só para te amar. Deixe o mundo gritar um pouco e cala o teu sussurro manso. Pois sabes que entre o grito alheio e o teu silêncio, escolheria mil vezes o seu silêncio. Só que eu peço silêncio e recebo ausência e, com isso, eu não estou sabendo lidar.

Receita: Bolo arco-íris

quinta-feira, agosto 02, 2012
O bolo arco-íris é aquele bolo que vive aparecendo no seu tumblr, facebook  e weheartit. Ele é todo coloridinho, dando a impressão de ser realmente um "arco-íris". O melhor: Ele é mega fácil e divertido de fazer. Então resolvi que a primeira receita do blog será essa. 

Você irá precisar de: 
• Mistura para bolo (O bolo que eu utilizei era de laranja, mas você pode escolher outro sabor desde que seja um bolo claro)
• Ovos
• Leite
• Manteiga
• Farinha de trigo (Só o necessário para untar a forma)
• Uma forma redonda (A que eu utilizei era grande demais e o bolo acabou ficando baixo)
• 6 tipos de corante para alimentos (Não se preocupe, o corante não altera o saber do bolo)
• 6 potinhos iguais

Como preparar:

1. Bata o bolo seguindo a receita da embalagem. (Normalmente pede para acrescentar somente leite, manteiga e ovos). 
2. Separe a massa nos seis potinhos iguais. 
3. Em cada potinho utilize uma cor de corante e misture até ficar com uma cor homogênea (foto)

3. Unte a forma com manteiga e farinha.
4. Pegue um dos potinhos e despeje delicadamente a massa no centro da forma. (A massa irá formar um circulo no centro, não balance a forma nem tente arrumar)
5. Pegue o segundo potinho e despeje delicadamente a massa no centro da massa que foi colocada anteriormente. 
6. Pegue o terceiro potinho e despeje delicadamente a massa no centro da massa que foi colocada anteriormente. (Repare que a primeira passa já está mais larga e vão se formando círculo dentro de círculo. Continue até completar todas as cores).
• No meu caso, a primeira cor, ao final do processo, não apareceu mais. Ela ficou como "base" do bolo. (foto)
Sem reparar no azul que pingou na parte amarela

7. Leve ao forno pelo tempo estimado na embalagem da mistura do bolo. 
• Não abra o forno antes de 20 minutos, isso pode solar o bolo
8. Espere esfriar para desenformar.
9. A cobertura que eu escolhi foi brigadeiro normal. Acho que ninguém precisa aprender a fazer brigadeiro, não é? Mas coberturas brancas também ficam muito bonitas. (Receita de pasta americana e receita de glacê)

Resultado: 


Espero que vocês tenham gostado da receita.
Até a próxima.

Hey, Dilma, eu quero estudar!

domingo, julho 29, 2012
Nada querida Presidente da República,
Como estão as olimpíadas em Londres? Como foi ter o privilégio de conversar quarenta segundos com a rainha? Bem, você deve estar se consumindo de orgulho próprio, não é? Primeira presidente mulher no Brasil já é um marco imensurável. Agora, acrescente a sua lista outro marco imensurável: Você conseguiu que todas as universidades federais entrassem em greve! Parabéns, pode se orgulhar mais ainda. Se orgulhe por que é preciso uma incompetência e um descaso enorme para conseguir paralisar a educação desta maneira. Enquanto você, detestável presidente, está assistindo de camarote aos jogos olímpicos, eu e mais milhões de estudantes estão com o seu futuro paralisado. 
Era para isso que você lutava tanto na ditadura? Foi para isso que você foi torturada? Para deixar milhares de jovens sem estudo? Enquanto te estupravam, você pensava em negar salários melhores para a base da educação e, assim, deixar milhares de estudantes sem aulas? Por que eu não consigo acreditar que toda aquela tortura tenha sido em vão. Naquela época, História foi uma das matérias retiradas e podadas do currículo escolar. Você está me colocando em plena ditadura militar, pois a faculdade que tanto espero para iniciar é de história. Nove meses de férias, Dilma. Sabe o que é isso? O sonho de todo aquele que você quer moldar, mas o desespero daqueles que não se deixam encaixar em forma nenhuma. 
O que mais precisa ser paralisado para a senhora Presidente voltar de Londres e resolver dar um aumento a quem realmente merece? Por que a greve é uma das únicas formas que temos de protestar. Afinal, se resolvemos nos juntar, já somos abordados pela sua força militar. Força militar que deveria ser nossa, do povo brasileiro, mas que parou de defender nossos interesses há muito tempo. Mas, cá entre nós, algum dia, alguém, qualquer um que fosse um pouco mais forte, reivindicou nossas vontades? Eu não quero gramado de futebol, eu não quero pista de ciclismo, não quero hotéis cinco estrelas, não quero que tentem esconder as favelas com muros. Eu quero educação, saúde, emprego, moradia, transporte. Eu quero que todas as casas tenham saneamento básico, mas o dinheiro necessário para isso está sendo implantado no Maracanã. Será que sua mãe nunca te ensinou a coisa mais básica da vida? "Obrigação primeiro, diversão depois". Se quer paralisar alguma coisa, paralisa as obras para a Copa e manda os trabalhadores reconstruírem o hospital do Servidor, que pegou fogo há pouco tempo. Vai salvar vidas, ao invés de voltar à época do "pão e circo". 
Todas as vezes que alguém me falou para trocar de curso por que ser professora não me levaria a nada, é culpa desse governo que a senhora comanda. Professor deveria ser a profissão mais concorrida de todas. Nenhuma outra profissão existiria sem os professores. Mas não, ao invés de se orgulhar por que os jovens querem estudar, a senhora prefere se orgulhar por que uma rainha conversou com você por quarenta segundos. Conversaram sobre o que? Sobre o clima? Ou sobre como você conseguiu paralisar a educação superior pública do seu próprio país? 
Eu tenho nojo de qualquer um que tente negar os direitos básicos das pessoas. E, embora você não saiba, educação é um dos direitos básicos. 
Só para fechar, eu nunca irei me referir a você como "presidenta", mesmo que só essa palavra ocupe uma página inteira do dicionário, mesmo que criem uma lei para me obrigar. Quem não quer dar educação de qualidade, não deveria ter o direito de modificar a educação que já foi dada. E, quando era pequena, me falaram: "Presidenta não existe". Você só está comprovando isso.  

A Incrível Máquina de Livros.

sábado, julho 28, 2012


Um dos hábitos que deveriam ser mais incentivados é o hábito da leitura. Livros são capazes de te fazer viajar pelo mundo inteiro de uma maneira rápida e deliciosa. É claro que você poderia pegar um avião e ir conhecer a Índia, ao invés de ler "Comer, Rezar e Amar", mas nada além dos livros te levará a Hogwarts. Você pode até conhecer um amor digno de "A Última Música", mas nunca um tão místico quanto em "Crepúsculo". Ler é ter 150% do que a vida pode te proporcionar. Além de ser um dos maiores prazeres do mundo, ainda aumenta o seu vocabulário e a sua imaginação.
E é falando em livros que o meu desejo de hoje é morar em São Paulo, o mais próximo possível da Praça da República. É por lá que, até dia 29/07, domingo, amanhã, que vai ficar a "Máquina de Livros". Seu uso é simples, basta você depositar nela algum livro seu, que esteja em bom estado, e a máquina, em um passe de mágicas, te devolve outro. 
A máquina é uma iniciativa promovida pela Câmara Brasileira do livro, que quer deixar todos já no "Clima da Bienal". Existe coisa melhor do que a Bienal do livro? Sim!! Uma prévia dela, em forma de máquina, toda colorida, que dá chances a outras pessoas lerem os textos que tanto nos cativam. 
Eis uma iniciativa que vale a pena vir para ficar. E poderia vir para o Rio de Janeiro também, não é? E para todo o resto do Brasil. O mundo carece de leitura. 

De luto sem perder a luta.

quinta-feira, julho 26, 2012


A dor não passa. Todos me falaram que a dor iria passar. Aprendi por mim mesma que essa é uma das mentiras mais dolorosas que o mundo quer que você acredite. A dor não ameniza. A dor permanece, se acomoda no seu sangue e na sua alma, toma conta de você e faz parte de você. Eu não sei o que seria de mim sem a dor. Eu não posso dizer que não sofro. Eu sofro quase todos os dias, cada vez que vejo uma foto, cada vez que tento buscar na memória as poucas lembranças que ainda tenho.
Eu perdi os três maiores homens da minha vida. Quando tinha doze anos, perdi meu pai. Com dezesseis, perdi meu padrinho. Agora, com dezoito, perdi meu avô. Há quem jure que a dor vai passar uma hora. Eu duvido. E eu não estou aqui para mentir ou tentar iludir as pessoas que, assim como eu, sofrem dia após dia. Eu quero é ajudar quem passa pela mesma coisa que eu. Ajudar a não cometer os mesmos erros que eu cometi.
Não se culpe por sorrir, nunca! A vida é dos vivos, não se esqueça disso. Não é por que você teve vontade de sorrir ou de rir que a sua perda é sem significado. Passei um ano me culpando por todas as vezes que sorria. Que culpa tem um sorriso se as lágrimas são mais frequentes? Deveria ele sair para sempre de nossas vidas? Não, não deveria. Mesmo durante as crises mais profundas de saudade, se permita rir. Se permita sorrir, mesmo que ache que é errado. Não é errado!
Não tenha medo. O medo me impediu de ter uma despedido com o meu pai. Eu tive medo de ir ao enterro, medo de ir ao hospital enquanto ele estava internado. Demorei seis anos para conseguir visitar o túmulo dele e morro de arrependimento por isso. Se seu coração mandar você ir, vá! Se despeça, chore, sofra. É sempre necessário terminar a última linha antes de virar a página.
Somos simbólicos independente de opção religiosa. Nos apegamos aos laços que o casamento traz e igualmente nos apegamos aos laços da morte. Ir ao enterro, à missa de sétimo dia, deixar flores no túmulo no dia de finados são maneiras de dizer "eu me importo". São uma forma de nos ligarmos a nossa dor, aceitá-la.
Tenha seu próprio luto. Quando alguém muito próximo de você morre, o seu luto é diferente dos outros. Enquanto os outros seguem a vida após a missa de sétimo dia, você ainda vai sofrer muito todas as datas comemorativas longe da pessoa que ama. Não tenha medo do seu luto, viva-o. Cada um tem o seu tempo de parar de vestir a alma de preto. Você não precisa se apressar e se culpar pelo sofrimento. Sofra. É o seu direito.
Desabafe. É um dos pontos mais importantes. Aos doze anos, quando meu pai morreu, eu me afastei do mundo. Eu me entreguei a depressão porque não conseguia falar sobre o assunto. Se você não tem com quem desabafar, escreva. O importante não é a resposta, mas sim colocar para fora tudo o que você pensa. Grite sozinha no quarto se necessário. Não se sinta culpado se quiser questionar a sua fé ou a sua crença na vida em si. Pegue um caderno velho e encha-o de perguntas. As respostas não vão ter a mínima importância. Deixe que seu peito esvazie. Respire fundo. Respire fundo. Respire fundo.
Guarde as memórias mais bobas, elas são importantes. Meu avô mandava recadinhos para minha avó depois de todas as brigas, antes de ir comprar pão ou só enquanto ia caminhar embaixo do prédio. Alguns ela ainda têm guardados na gaveta do quarto, outros ela jogou no lixo. A diferença é que ela lembra dos detalhes bobos dos dois. As brigas por quê um errou a receita do bolo do outro, as risadas, as brincadeiras, o dia que eles se conheceram... Ela lembra, embora metade das cartinhas tenham se perdido. A imagem mais viva que tenho do meu padrinho, por exemplo, é dele levantando durante a minha dança de quinze anos e falando que ia matar meu príncipe por que ele me deu um selinho. Nós devemos guardar os detalhes, pois amamos pelos detalhes.
Infelizmente, a morte não tem uma maneira exata de ser superada. Ela nem ao menos avisa quando vai chegar. Algumas vezes ela pode até dar menção de que está por vir, mas ela é sempre inesperada. Você sempre tem esperanças de que tudo vai se arrumar. Por destino ou milagre, seja lá qual for a sua crença. Irônico sofrermos tanto assim pela morte se nos ensinam desde pequenos que este é o ciclo da vida: A gente nasce, cresce, reproduz e morre. Lembra? Aprendi assim a vida dos animais. Nascer, crescer, reproduzir, morrer. Eu nasci há dezoito anos e ainda estou aprendendo como é que se cresce. Reproduzir é um plano bem lá pro futuro. O problema é o final dessa história, quando tudo vira só pó. O problema é que as coisas parecem se atropelar. Eu, crescendo, deveria conviver com a morte? Durante o segundo estágio da vida, conviver com o último? Só que é isso que acontece, é isso que a gente não pode controlar. A gente chora, sofre, quer morrer junto, depois quer viver e realizar tudo o que prometeu que realizaria. E se pergunta: "Você está orgulhoso de mim?" Só que não temos resposta. É duro, é cruel, mas é verdade. Não haverá resposta. E a dor que falei no início? Ela permanece como uma velha amiga.

Já estou uma semana sem o senhor, Vô. Eu to seguindo em frente, serei alta igual a você e vou tomar conta da vovó, eu prometo.
Papai, são seis anos sem o seu abraço, é difícil, mas a gente aguenta.
Dindo, você me faz uma falta enorme.
Eu amo vocês três...
"Brilha onde estiver"

Eu ainda estou construindo a minha trilha.

terça-feira, julho 24, 2012

Imagine-se perdido bem no meio de uma mata fechada que você nunca esteve antes. Você foi jogado ali, sem mochila de primeiros socorros, sem bússola e muito menos GPS. Seu celular não tem sinal, nem se você subir na copa das árvores. Nessas horas, quando o sol começa a se pôr, quando a luz é um vermelho alaranjado que parece esquentar a sua alma, você se desespera. Não tente negar, você se desespera. Sem saber onde está, para onde ir, se tudo vai passar, se você verá as pessoas que ama novamente. Tudo é tão incerto quanto poderia ser. Você nem ao menos lembra o que foi que te levou àquela mata fechada. Só que é somente isso que resta: Mata. E mata fechada. Daquelas que você não consegue enxergar os cinco metros na sua frente. Primeiro você tenta caminhar, abrindo caminho por entre as plantas, ganhando um arranhão aqui e outro ali, talvez caindo algumas vezes. Você não desiste, é jovem, não pode deixar o descontrole tomar conta de você. Você vai conseguir se achar, não tem como se perder dessa maneira. Alguém vai dar falta de você e você será resgatado. Será? Depois que o sol já tiver iluminando qualquer outra região do mundo que não fosse aquela mata, você vai começar a sentir como se todos os animais estivessem procurando você. Procurando não... Caçando. As cobras, os lagartos, os morcegos... Todos os animais que você sempre teve medo só de ver pela televisão. A fome e o frio vão tomar conta de você logo em seguida, assim como o mede desesperador de simplesmente não saber o que fazer. E é isso que vai acontecer: Você vai estar perdido na mata e perdido na sua própria mente. Seus pensamentos começarão a te confundir. O que é saudável? O que pode me envenenar? Banana é uma fruta ou uma planta carnívora? E cobra é esse bicho de quatro patas que acabou de passar por mim? Horas e dias vão passar sem que você saiba, sem que você perceba. Sabe essa mata fechada? Ela se chama tristeza. Não importa o quão feliz você esteja, de uma hora para a outra podem te jogar sem aviso prévio nessa mata e deixar você por lá durante algum tempo. Alguns dias ou meses ou anos podem passar até você trilhar sua própria trilha de volta a luz do dia.

Dois meses offline.

segunda-feira, julho 16, 2012

Nos últimos dois meses eu aceitei o que nossas mães repetem incansavelmente: Os jovens estão viciados em internet! Fiquei esse tempo sem internet e confesso que foi um pouco aterrorizante no começo. Então parei para ponderar tudo o que senti falta nesses dois meses. O primeiro ponto são as amizades. Acabei percebendo que não tenho telefone nem da metade dos meus amigos. Era fácil demais, se precisava falar com algum deles era só entrar em alguma rede social e deixar o recado. Foi um sacrifício para eu conseguir falar com a minha melhor amiga que nunca atende o telefone celular e eu não tinha o telefone de casa. Eis um ponto positivo da internet: A comunicação fica muito mais fácil. Outra coisa que me fez muita falta nesses dois meses foram os seriados que eu assisto online. Televisão pra quê, afinal? Sem falar nos blogs que acompanho, nos sites de notícia, na diversão. Ficar sem internet, quando se está acostumado a ficar mais de sete horas por dia online, é como ficar sem absolutamente nada para fazer. 
Só que ficar offline por tanto tempo também foi bom para mim. Coloquei em prática um plano que estava adiando desde o início do ano: Academia. Com muito tempo livre e sem nada para fazer que me ocupasse, pude ajudar mais minha mãe e minha irmã (que está grávida) a cuidar da casa. As brigas aqui em casa até diminuíram bastante. Esse tempo sem o contato diário com algumas pessoas também fez com que eu percebesse quem são os meus verdadeiros amigos. Quando você some, quem é que vai te procurar? Foram poucos que vieram no meu caso, tenho que dizer. Também é bom para perceber de quem você realmente gosta, de quem você realmente sente falta. 
Posso dizer que muitas coisas aconteceram nesses dois meses não só longe da internet, mas como longe das pessoas. Eu não fiz muita questão de manter as aparências, eu precisava de férias de tudo e todos. Posso dizer que eu adorei um tapa na cara que o destino deu e eu estava devendo. 
Acho que o resultado foi que eu me desviciei um pouco da internet e deixei de lado a vida completamente sedentária. Estou pensando em fazer até uma luta na academia. Agora todos os preparativos aqui em casa são para a chegada da Valentina e é bom saber que tenho tempo livre para ajudar a organizar a chegada da minha afilhada. 
Então, se você acha que sua vida está passando por você sem que você aproveite nada, como eu estava me sentindo, é bom sair um pouco das coisas que está acostumada. Se você, assim como eu, passa boa parte do dia na internet, desligue o modem e vá viver offline. No final, depois que o desespero inicial acaba, vale a pena. 

Agora é tentar colocar o blog no lugar e não abandoná-lo. 

Não tem título. Não tem foto. Só o cinza das letras.

quarta-feira, maio 16, 2012
Eu não estou acostumada com isso. Uma criança encontrada morta em um hotel perto da minha escola. Um amigo das minhas primas assassinado na rua perto da minha casa enquanto falava com a namorada no celular. Alguém que estudou comigo por anos morre por causa de doença. O namorado de uma amiga minha é atropelado e ela tem que se sentir "viúva" aos quinze anos. Quando eu era pequena me ensinaram que as pessoas morrem velhas. Já encarei a morte muitas vezes, mais do que eu gostaria, só que toda vez que eu abro uma rede social e vejo que mais um jovem morreu, eu sinto como se a morte ainda fosse uma completa desconhecida para mim. Eu aprendi que morrer jovem é uma transgressão. Não é a lei natural. Não é o que nos ensinam ou o que esperamos. Todas essas mortes precoces estão acontecendo ao meu redor, mas ainda não me afetaram. Não totalmente. Eu nunca pensei que fosse chegar aos dezoito anos com medo de perder meus colegas de classe. Já temos que viver com o fato de que vamos perder nossos pais e irmãos e tios e avós. Agora... perder os amigos? Os que desfrutam do mesmo sentimento de liberdade que você? Isso não acontecia há alguns anos. Ou será que acontecia e as pessoas simplesmente esqueceram de nos acostumar com a morte? Fico imaginando a dor daquelas pessoas que estavam próximas, fico imaginando como deve ser ver alguém tão jovem, tão cheio de vida, dentro de um caixão. O amigo da minha prima? Era lindo, tinha muitos amigos e namorava. O namorado da minha amiga? Eu sei que era um ótimo garoto. O que morreu de doença? Estudei com ele a vida inteira. Eu poderia ser amiga desses três e eu teria que aguentar essa dor pro resto da vida. Esse texto não é para procurar uma resposta e nem ser uma pergunta. Não há o que questionar. As coisas acontecem e pronto... Não tem como voltar atrás e desfazer. Só sei que não estou pronta para esse mundo que, deveria ser de vida, mas faz-se de morte. Quantas vezes eu vou ter que ver conhecidos meus sendo enterrados? Falta muito para ser um amigo meu? Um primo? Só estou falando o quanto injusto é ter dezoito anos e não saber se seus melhores amigos vão estar na sua festa de dezenove.

Boho!

quarta-feira, maio 09, 2012
Quem está acompanhando a novela Avenida Brasil, da Globo, já deve ter percebido como a personagem Débora da Nathália Dill esbanja personalidade e estilo. Quebrando os conceitos de "patricinha da zona sul", Débora não é uma Barbie dos anos 2000! Ela abusa de peças com transparência, renda, saias longas, saltos, pulseiras, sendo adapta de um look despojado que mistura peças baratas com peças caras. Essa mistura é denominada como hi-lo

Esse modo de se vestir vai vir com tudo no inverno! Então, já sabem em qual personagem podem se inspirar na hora de ir fazer compras. Outra tendência é o sutiã rendado que sempre acaba aparecendo graças as blusas largas e caídas no ombro. 

O estilo de Débora é uma mistura do boêmio com o hippie, que se chama boho

Outras peças que não podem ser deixadas de lado são os coletes, as bolsas e os cintos. Os coletes são de vários modelos e materiais. As bolsas variam de bolsas atravessadas com franjas até Maxi Bolsas de couro. E os cintos acompanham a linha mais rústica, mas podem também ser feitos de metal e materiais que puxem um pouco para o "rock". 

Na minha opinião, é o estilo mais bonito das novelas atuais e o que mais merece ser copiado. Lembrando: Use de acordo com o seu corpo. Se é baixinha, aproveite para usar saltos enormes! Se é alta (assim como eu), use rasteirinhas e suba um pouco mais a cintura da saia. O que vale é investir nesse estilo boho de ser! 

Mania de moustache.

segunda-feira, maio 07, 2012

Sem dúvidas você já se deparou por fotos desse bigodinho fofo em estilo francês. O moustache (que significa exatamente bigode em inglês) está virando a mais nova febre vintage. Hoje em dia, o bigodinho pode ser encontrado em qualquer foto, em qualquer estampa e em qualquer objeto. É uma fama inexplicável e que surgiu sem dar aviso prévio. 

Tendo ou não um motivo para surgir, o moustache é uma das manias mais fofas dos últimos tempo. Tinha tudo para ser uma coisa bem masculina, mas nada que umas curvinhas a mais e um bonequinho fofinho não deixe a tendência bem feminina. 
E pra você que ainda não sabe o que pode vir com um moustache, eis algumas dicas para você se inspirar na hora das compras...


1- Camiseta com vários estilos de moustache. Um mais meigo que o outro. O legal dessa estampa é que os bigodes não são extremamente grandes, o que deixaria tudo muito grosseiro. 

2- Moletom. Já existem vários modelos de moletons com moustache, mas até hoje esse é o que eu mais gostei. Achei ele bem feminino e mega fofo. 

3- Edredom de casal. Quando eu casar, esse edredom será obrigatório na minha casa. Achei a coisa mais perfeita dos últimos tempos, sem exagero. Muito criativo! 

4- Chupetas. Se isso fosse uma wishlist, esse item estaria em primeiro lugar. Meu sobrinho, ou sobrinha, que está a caminho tem que ter um desses! 

5- Anel. Um dos itens mais clássicos da linha moustache. Um clássico que vale a pena ter em casa para completar aquele look que anda meio sem graça. 

6- Sapatilhas. Eu não sou fã de sapatilhas, mas um modelo desses até dá vontade de usar. 



7- Capinha para celular. Mega fofa e ótima para tirar fotos (como no exemplo). Agora só me falta o celular, né? 

8- Piercing. Dessa lista, eu achei o item mais inusitado e mais criativo. Vai dizer que você já tinha visto um piercing de nariz tão extravagante? 

9- Camisa. Bem simples para dar uma graça no look.

10- Curativos. Se eu encontrar esses curativos vendendo em algum lugar, eu vou comprar o suficiente para fazer estoque. 

11- Cordão. Também é outro clássico que vale a pena ter em casa.

12- Canecas. A maior graça das canecas é, quando você estiver bebendo, dar a impressão de que o bigode é seu! Vale colecionar! 

Guia de bigodes...


Se quiser ser um Dumbledore já sabe até onde a barba tem que crescer, né? 

Famosos aderindo aos moustache... quem sabe um dia será real? 

A minha nail art da semana foi inspirada exatamente nesse "Mania de...". É uma das artes mais bonitas que já passaram pelas minhas unhas. E você? Já aderiu a essa moda? 


E, para terminar, aquele moustache de emergência!