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O que se leva dessa vida é a vida que se leva?

sexta-feira, maio 04, 2012


Sinto como se eu estivesse sentado na cama e não quisesse levantar nunca mais. Parece que estou parada, estática, esperando a vida passar por mim, esperando alguma coisa me dar um empurrão que me leve de volta à ativa. Olhei o calendário e já estamos em maio, mês cinco, quase metade do ano. O que eu fiz desse ano? Acho que "nada" seria a resposta perfeita. Tudo bem, não quero ser tão dramática. Tive um pseudo-relacionamento que, na verdade, foi só briga, passei alguns dias na praia, escrevi alguns textos, cantei algumas vezes no chuveiro e li algumas parte de livros, difícil tá sendo terminá-los. Na verdade, não consegui terminar nada até agora. Resolvi começar um regime e no terceiro dia estava fazendo bolo de chocolate. Decidi que iria começar a academia e não cheguei nem a fazer a matrícula. Ah, e tem também a aula de fotografia que eu demorei dois meses para ir marcar e acabei percebendo que não tinha mais vaga. Isso sem contar as amizades que estão sendo perdidas por falta de telefonemas e chats offline. De certo modo foi bom, percebi que foram poucos os que vieram me procurar. Só que no final o meio do ano já está batendo na porta e eu ainda estou comemorando o natal. Enquanto alguns estão estudando para tentar passar no vestibular, outros estão no primeiro período da faculdade e eu estou aqui, entre o "passei na federal" e "sou caloura". Fui muito inocente ao achar que seis meses em casa eram uma dádiva. Na verdade, só serviu para me encher de dúvidas, pensamentos abstratos e alguns muitos quilos a mais. Eu olho para o lado e o que mais existe é casal apaixonado. Ok, não estou nem aí se eles estão apaixonados ou não, pelo menos eles são um casal. Cada dia que passa eu vejo o quanto eu sou sozinha, só eu e a minha sombra, só eu e meus complexos. Talvez esteja na hora de começar a dar uma chance, mesmo que pequena, para o amor. Esse monstro não tem como ser tão assustador, tem? Afinal, se é isso que todos procuram, que todos almejam, não tem como ser um bicho de sete cabeças. Talvez cinco, mas não sete. Sabe o que eu mais quero? Que o futuro me surpreenda. Não o futuro daqui há seis meses, mas o futuro amanhã. Quero que um velho amigo que mora longe chegue sem avisar na minha casa e fala que vai ficar durante uma semana. Quero coisas novas, quero disposição para realizar todas as promessas que deixei escritas na minha agenda do ano passado. Eu quero experiências na minha juventude, ela vai passar rapidamente, eu sei! Eu quero poder dizer, no futuro, sobre o presente e não achar que foram só algumas palavras jogadas ao vento. Tudo tem que ter o seu motivo, não é mesmo? Uma hora toda essa calmaria vai se transformar em temporal e tudo estará de volta aos eixos... Bem, eu só espero que essa calmaria não me transforme em um zumbi, por que é exatamente isso que anda parecendo. Acho que estou pensando assim por que passei os últimos cinco meses ouvindo Teatro Mágico e agora estou ouvindo The Runaways. Passar de uma MPB para um Rock acaba com os pensamentos de qualquer um. 

4 comentários:

  1. Marina A. disse...:

    Você disse exatamente o que eu penso e o que passei. É maio, cara! Eu tento todos os dias pensar em levar a vida seguindo o ritmo das coisas, ao invés de pensar muito no que eu devo fazer antes de mesmo acontecer a oportunidade de algo. Às vezes penso em cair em relacionamentos e ver no que vai dar, radicalizar o visual ou ir levando tudo como se não houvesse amanhã. Eu acredito que a vida precisa ser assim, o problema é seguir isso sem ter medo de quebrar a cara, que é o que eu mais fiz nesse ano. Até meu dia 1 começou infernal, não queira imaginar o resto dos dias.
    E acho que também tenho passado por muita bad trip ou pensativa demais nessas coisas porquê tenho ouvindo Pink Floyd demais, ouça, é lindo! Tem uma trip meio deprê, mas é maravilhoso, rs.

    Beijos!

  1. Shandra Regina disse...:

    Disse tudo, perfeito texto.
    E se ouvir rock te fez escrever assim continue. kkkkk
    Realmente se parar e analisar o que fiz esses meses me encontro na mesma que você, tirando a parte da faculdade que já comecei.
    Mas o fato é que não fiz muitas coisas grandes, importantes. Acordei, estudei, comi e dormi. Nada de diferente, nada de nada.
    Alias a única coisa que tenho comigo nesses primeiros meses é que tive a melhor viagem da vida pra São Paulo. Algo que levarei comigo pra sempre.
    Mas só.
    Talvez seja a hora de começar a correr atras e a fazer uma diferença.
    Beijos
    http://passarelabrasil.blogspot.com.br

  1. Anônimo disse...:

    Olha só, aicho muito bonito, eloqüente, agregador, sentimental, abonador as idéias, comentários, teses e etc. contidos neste site. Porem como todo ser humano certamente diferente que somos, tenho uma diferente conotação ao que se refere o tema. Que defino em poucas palavras: Pergunta: O que levamos desta Vida. Resposta: Aicho impossível alguém com vida definir com total veracidade este tema, pois não sei de alguém, não conheci ninguém nem tão pouco as escrituras sagradas menciona o que levaremos realmente desta vida, somente seria possível esta resposta se alguém de nossa espécie pós morte, viesse e nos contemplasse com esta resposta, o que ainda é inviável na humanidade, pois não nos foi concebido tamanha sabedoria, privilegio ou permissão para tanto.

  1. Anônimo disse...:

    Olha só, aicho muito bonito, eloqüente, agregador, sentimental, abonador as idéias, comentários, teses e etc. contidos neste site. Porem como todo ser humano certamente diferente que somos, tenho uma diferente conotação ao que se refere o tema. Que defino em poucas palavras: Pergunta: O que levamos desta Vida. Resposta: Aicho impossível alguém com vida definir com total veracidade este tema, pois não sei de alguém, não conheci ninguém nem tão pouco as escrituras sagradas menciona o que levaremos realmente desta vida, somente seria possível esta resposta se alguém de nossa espécie pós morte, viesse e nos contemplasse com esta resposta, o que ainda é inviável na humanidade, pois não nos foi concebido tamanha sabedoria, privilegio ou permissão para tanto. guedes@petrobras.com.br

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